Em Linhas Gerais

Candidatos querem o governo para alimentar o desvairado desejo de poder -por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

O jornalismo não pode ser de certezas e preconceitos, mas de análise e dúvidas, de olhares lançados de diferentes pontos contraditórios.

ISOLADO

Causou enorme frisson a passagem de Jair Bolsonaro por Porto Velho. Nunca se viu uma recepção como a dele no Aeroporto Jorge Teixeira, desde sua inauguração. A recepção, a carreata e a presença do candidato no Espaço Alternativo simplesmente cristalizou a posição de Bolsonaro como líder isolado da última pesquisa de intenção de voto realizada antes do início da campanha na TV da corrida presidencial.

Sem o Lula o “mito” lidera com 21 pontos, seguido por Haddad, do PT, com 13. Marina tem 10%, Ciro 10% e Alckmin 8%. Pela margem de erro (3,2%), Alckmin está tecnicamente empatado com Ciro e Marina. A pesquisa foi feita pelo IPESPE para a XP.

ALVO

Todos analistas e comentarista do processo eleitoral afirmam: na TV, todos os candidatos procurarão ampliar a rejeição a Bolsonaro. Segundo se comenta, Alckmin tem o vídeo de Bolsonaro em que declara apoio a Lula numa eleição presidencial. na TV, todos os candidatos procurarão ampliar a rejeição a Bolsonaro. Segundo se comenta, Alckmin tem o vídeo de Bolsonaro em que declara apoio a Lula numa eleição presidencial.

GURGACZ

O (ainda) candidato ao governo rondoniense, Acir Gurgacz, reuniu a imprensa (especialmente a amestrada) para difundir a versão doméstica de que sua candidatura está firme, apesar do pedido da PGR ao STF para que ele comece logo a cumprir sua condenação, o que significa ser recolhido já à prisão.

IMPOPULAR

O candidato, dono do grupo Cascavel (leia-se Eucatur), foi pródigo em autoelogios, como apresentar-se como líder nas pesquisas de intenção de votos. Não lidera nada. No Ibope quem está à frente é Expedito Júnior. Acir só lidera os demais concorrentes em volume de fortuna pessoal.

Ora, Acir é daqueles políticos impopulares, desacreditado, que acumulou mais derrotas do que vitórias em sua vida pública. Na verdade, chegou a Senado não pelo voto, mas pela via do tapetão, num tipo de conspiração que alimentou uma manobra onde Expedito Júnior, o verdadeiramente eleito, foi derrubado do cargo.

SEM BRAÇO

O candidato do PDT não teve dificuldades em se desvencilhar das perguntas de repórteres da imprensa amestrada de Rondônia. E acabou dando uma de João Sem Braço com afirmações do tipo de que sua condenação no STF não tem nada a ver com o registro de sua candidatura (ora, quem está pedindo aplicação da inelegibilidade de Acir são instituições como a PGR) e que “há forças no estado politizando a questão” pelo fato de que ele “combate a corrupção e luta pela ética”. Nesse momento só não houve uma estrepitosa e estrondosa gargalhada na plateia por que, repito, ali estava a representação da sempre dócil imprensa domesticada.

SAÚDE

No seu íntimo, entretanto, as alegações de Acir Gurgacz não produziam nenhum sentimento de conforto para ele e seus apoiadores. A dica de que a coisa não está tão definida como disse na coletiva transpareceu quando o senador Gurgacz tratou de minimizar as especulações de que sua mulher, Ana Maria Gurgacz, não foi cogitada para substituí-lo na chapa. E destacou: “Ela tem um trabalho social voluntário, onde deve se destacar ainda mais”.

Na verdade a suposta de indicação da mulher tem outra barreira difícil de ser transposta, em função dos problemas de saúde que ela enfrenta. Outra dica de que o senador da Eucatur não está em nenhum seu céu de brigadeiro foi dada pelo próprio Acir: “Se não tiver o registro em Rondônia” pretende concorrer com liminares enquanto recorre no TSE.

DESVAIRADO

A motivação de certos concorrentes na disputa pelo governo rondoniense não é outra coisa senão o desvairado desejo pelo poder. É esse sentimento que identifico, por exemplo, na candidatura do deputado presidente da Assembleia, Maurão de Carvalho.

Numa visão mais abrangente dá para afirmar escolher o candidato do MDB seria um erro tremendo para os rondonienses.

COMO DANTES

Afinal, não se pode esquecer-se das ligações do parlamentar com grupos poderosos, como o do ex-governador Ivo Cassol, com deputados presos em operações de combate à corrupção na Assembleia (afinal, até hoje não se sabe como Maurão ficou escapou do destino de seus pares), sempre subserviente aos mesmos propósitos. Até hoje esse parlamentar mantém laços de forte amizade com antecessores na direção da Assembleia egressos do sistema carcerário ou foragidos da Justiça, como é o caso de Carlão de Oliveira.

O que acontecerá ao Estado se um desses medíocres monitorados pelos interesses escusos dos grupos que sempre sugaram o erário, como parasitas do governo rondoniense chegar ao Poder? A resposta não poderia ser outra: tudo fica como “dantes no quartel de Abrantes”.

FANTASIADO

É claro que o Brasil todo sabe que o petista barrado no TSE, não é preso político coisa nenhuma. Lula vestiu a fantasia de perseguido político e não quer tirar, embora o carnaval já tenha acabado há meses. No exterior, ainda há quem acredite nessa balela, mas aqui no Brasil todos sabem a verdade, embora milhões e milhões de eleitores continuem dispostos a votar em Lula, sob a alegação de que ele rouba menos do que os outros. Esta é a nossa realidade.

 ELE SABIA

Será que Edson Fachin sabia? Ele sabia exatamente a indignidade que estava praticando, porque nem chegou a analisar e proferir voto sobre os outros quesitos do julgamento, relacionados à inelegibilidade de Lula, à candidatura “sub judice” e à realização de campanha eleitoral. Simplesmente omitiu esses quesitos, limitando-se à defender a tese de que o Brasil deveria se curvar à “medida cautelar” dos plantonistas da ONU.

 LIVRO NECESSÁRIO

Muito importante a leitura do livro do procurador Deltan Dallagnol narrando a luta da Força Tarefa da Operação Lava jato contra a corrupção. O prefácio, brilhante, é da jornalista Miriam Leitão, para a GMT Editores.Dallagnol destaca um aspecto essencial. Diz ele que o sistema legal contra subtrações do dinheiro público, foi montado décadas atrás exatamente para não funcionar. Entretanto, acabou funcionando e pela primeira vez na história do Brasil, colocando ladrões de casaca na cadeia. Eles jogavam com a impunidade.

EXPEDITO

Em política, como se sabe, tudo pode acontecer. Todavia, sem o imponderável, Expedito Júnior, que lidera a preferência do eleitorado rondoniense tem atualmente os três requisitos básicos para a vitória: conhece como poucos o campo de batalha; conhece muito bem todos os principais adversários e, como dizem seus coordenadores de campanha, conhece suas limitações e fragilidades. Assim deverá ser o grande combatente dos debates televisivos e pode, isso mesmo, até vencer no primeiro turno.

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