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Justiça do Líbano proíbe Ghosn de sair do país

Procuradores solicitaram o dossiê judicial do brasileiro ao Japão

Justiça libanesa proibiu o ex-titã da indústria automobilística Carlos Ghosn de abandonar o país, após ele ser interrogado pela Procuradoria Geral em consequência da ordem de prisão expedida pela Interpol, informou uma fonte judicial nesta quinta-feira.

“A Procuradoria Geral adotou uma decisão que proíbe Carlos Ghosn de viajar e pediu seu dossiê judicial ao Japão, onde o ex-empresário foi acusado de sonegação fiscal e má conduta financeira”, disse a fonte.

Ghosn estava sendo interrogado no Palácio da Justiça, em Beirute, diante de um oficial do Departamento de Investigações Criminais, o general Maurice Abu Zidan, e sob a supervisão do promotor, disseram a fonte judicial e a agência de notícias estatal. O advogado de Ghosn no Líbano não pôde ser encontrado imediatamente para comentar na quinta-feira.

Ghosn, de 65 anos, fugiu do Japão para o Líbano, onde viveu durante sua infância, no fim de dezembro, enquanto aguardava julgamento por acusações de subnotificação de lucros, quebra de confiança e apropriação indébita de fundos da empresa, o que ele nega.

Na quarta-feira, em sua primeira entrevista coletiva concedida após deixar o Japão, o brasileiro, que também tem nacionalidade francesa e libanesa, disse que havia escapado para o Líbano para limpar seu nome e estava pronto para ser julgado em qualquer lugar que pudesse obter uma audiência justa.

Em um comentário sobre a primeira entrevista de Ghosn, na quarta-feira, a ministra da Justiça do Japão, Masako Mori, defendeu o sistema de justiça do país. Em nota, a ministra afirmou que a ação de Ghosn é ‘intolerável”.

Em entrevista a Roberto D´Ávila, na GloboNews, na noite de quarta-feira, Ghosn afirmou que, embora esteja planejando ficar no Líbano por um longo período após sua fuga espetacular do Japão, não descarta viajar para o Brasil em algum momento no futuro. Sua equipe jurídica está pressionando para que ele seja julgado no país, que não extradita seus cidadãos.

Além do mandado da Interpol, Ghosn está sendo interrogado por uma queixa legal formal apresentada contra ele por um grupo de advogados libaneses que o acusam de ter contato com Israel por causa de uma visita de negócios que ele fez em 2008.

Na quarta-feira, ele explico que fez a viagem como cidadão francês e executivo da Renault para assinar um contrato com uma empresa israelense apoiada pelo Estado para vender carros elétricos, e foi obrigado a ir por ordem do Conselho da montadora francesa.

Ghosn acrescentou que pediu desculpas pela viagem e disse que não pretendia ferir o povo do Líbano, que considera Israel um estado inimigo.

Durante a visita, Ghosn conheceu o ex-primeiro-ministro de Israel Ehud Olmert, que era a principal figura do governo na época da guerra de 2006 entre Israel e o grupo libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã. Quase 1.200 libaneses, a maioria civis, morreram na guerra de 2006 e 158 pessoas morreram em Israel, a maioria soldados.

 

FONTE: O GLOBO

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Gomes

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