Cultura

Escola de Cacoal mantém vivas tradições juninas e fará festa virtual no dia 30

Alunos impedidos de frequentar aulas presenciais, aprendem arte e folclore nas salas de casa, na cozinha e quintais…

Por óbvios motivos centrados na pandemia mundial da Covid-19, este vem sendo um mês nunca visto em Rondônia, no Brasil e no mundo. Alunos impedidos de frequentar aulas presenciais, aprendem arte e folclore nas salas de casa, na cozinha e quintais.

Alunos capricham na decoração e na vestimenta junina.

Para manter vivas antigas tradições, aprofundar pesquisas a respeito do tema e promover atividades lúdicas, atividades culinárias e danças, a Escola Fundamental de Ensino Fundamental e Médio Bernardo Guimarães lançou em Cacoal o projeto Festa Junina na Sua Casa.

“O desânimo inicial transformou-se em dedicação com alegria”, avalia a professora Helen Cunha Vasconcelos. Segundo ela, os resultados têm sido formidáveis e no próximo dia 30, ela informou, haverá um arraial por videoconferência, algo nunca imaginado em Cacoal, nem no Brasil.

Como início da quarentena, a escola percebeu alguma desmotivação entre os alunos, porém, logo notou alegria entre eles. “É que o momento levou os pais a serem também professores”, assinalou Helen.

Junto com os trabalhos manuais com pincel, tinta guache e bandejas de isopor, eles também fizeram a releitura da obra de Alfredo Volpi*, que usava bandeiras juninas na pintura de casas.

As professoras trabalham com apoio direto das equipes gestora e pedagógica**. A escola é dirigida pela professora Terumi Sônia Sostena e pela vice-diretora Márcia Maria Barbosa, ambas igualmente surpreendidas pelos desafios de educar em tempo de quarentena, com aulas presenciais suspensas desde março.

Os pais são fundamentais no projeto, destacou a professora:

“Graças a Deus, aqui, temos pais maravilhosos engajados em todos os projetos que colocamos em prática com as crianças: o da festa junina é mais um”, diz Helen.

A professora lembrou que antigamente as festas juninas tinham mais atrativos e aconteciam em clima de muita animação, com farta comida típica, dança de quadrilhas, hasteamento de mastros e fogueira.

Alunos confeccionam em casa as bandeirinhas típicas de festa junina

Segundo Helen, as crianças pesquisaram também com avós, pais e tios, para se inteirar do tema tradicional atualmente transportado para a tela do computador.

Joane Kaori, 7 anos, filha única da psicóloga Diane Bungenstab da Silva e do engenheiro João Shelmatsu Nunes da Silva, já conhecia a festa tradicional.

Ela conta: “Um dia eu estava lá em Alvorada [distrito de Comodoro-MT] com a tia Isadora, e a gente descobriu uma festa com fogueira enorme; tinha muita comida, pamonha, milho, bolo de fubá, até maçã do amor, eu gostei muito”.

À falta dos coleguinhas numa festa presencial, desta vez ela se limitou a estudar, fazer vídeo e a brincar de pescaria (com tampinhas) com a mãe.

SOCIALIZAÇÃO ONLINE

O projeto busca manter vivas as tradições e costumes populares, preservando sua identidade para as gerações futuras. A escola trabalhou o tema junino com o objetivo de enriquecer o conhecimento da turma quanto aos costumes das festas que aconteciam todo ano, nesse período, antes da pandemia.

“Uma socialização online entre dos alunos e seus familiares”, destaca o projeto.

“Estamos no mês de junho e mesmo vivendo um momento atípico, temos excelente oportunidade de engajar diversas atividades interdisciplinares e ampliar o universo dos alunos para explorar diversos tipos de linguagens, resgate das cantigas populares, culinária típicas, danças entre outras.

* Alfredo Volpi foi um pintor ítalo-brasileiro considerado pela crítica um dos artistas mais importantes da segunda geração do modernismo. Uma das características de suas obras são as bandeirinhas e os casarios. Começou a pintar em 1911, executando murais decorativos.

** Trabalham no projeto Festa Junina na sua casa o coordenador regional de educação em Cacoal, Severino Bertino Neto; a supervisora Maria Francisco de Souza Mariano; o supervisor escolar Jéferson Sartori; e as professoras: Helen Cunha Vasconcelos (2º ano A), Maria de Brito Silva (2º ano B), Janete Carvalho (2º ano C), e Rosilene Cariaga (2º ano D).

Para a criação das peças, crianças utilizam materiais recicláveis, como bandeja de isopor

Para as equipes participantes, outros aspectos também contam nesse projeto:

► Conhecer as características das festas juninas;
► Admirar e respeitar o trabalho do homem do campo;
► Despertar o gosto pela festa como folclore brasileiro, ressaltando seus aspectos, popular, social e religioso;
► Desenvolver a socialização dos alunos, o ritmo e suas habilidades, a oralidade e escrita. Desenvolver também o lógico-matemático: interpretação de gráficos, tabelas e quantidade. E o respeito pela cultura popular, tratando com respeito essa tradição de uma maneira lúdica e prazerosa.

FOGUEIRAS DE SÃO JOÃO

Fazem parte da tradição pagã como forma de comemorar o solstício de verão. Na Idade Média, durante o processo de cristianização, a fogueira passou a ser um dos elementos da festa de São João Batista.

BALÕES

Tradição trazida pelos portugueses, está relacionada ao uso das fogueiras nas festas juninas. Em Portugal, principalmente na cidade do Porto, soltavam 5 balões para anunciar o início da festa de São João. Em função do risco de incêndio, os balões estão proibidos por lei no Brasil.

FOGOS DE ARTIFÍCIO

De acordo com a tradição popular, os fogos servem para despertar São João. Esta tradição também tem origem em Portugal e ainda é muito comum neste país, além de serem muito usados em todas as regiões do Brasil, principalmente no Nordeste.

MASTRO DE SÃO JOÃO

Tradição de origem portuguesa, consiste em levantar um mastro com três bandeirinhas na ponta superior, simbolizando cada um dos santos católicos ligados à Festa Junina: São João, São Pedro e Santo Antônio.

QUADRILHA

Tem origem numa dança popular realizada por camponeses europeus durante a Idade Média. Foi trazida para o Brasil no século XIX, onde se fundiu com danças e tradições culturais brasileiras. Representa de forma animada, principalmente, os principais aspectos da vida no meio rural. A quadrilha varia muito de região para região.

COSTUMES DE FESTA JUNINA

Quermesses. Tem quadrilha, doces e bebidas típicas, barracas com jogos e diversões, além da tradicional fogueira. Festa Junina Nordestina: forró, baião e xote são estilos musicais presentes nas festas. As comidas e bebidas típicas também marcam presença. Em Portugal: os costumes principais são: marchas populares, foguetes, sardinha assada.

FONTE: DECOM

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Marcio Martins martins

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