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Crônica: O amor verdadeiro – Por Alberto Ayala

O amor é um belíssimo sentimento que liberta, salva, inspira, transforma. O amor é diferente da paixão. Ele não acaba com o tempo. Ele renova-se. Mas a paixão, infelizmente, é efêmera. Amor e paixão são dois sentimentos opostos.

O livro de poemas estava guardado na estante. Não era aberto há anos. Nem citado. Tratava-se de uma obra literária muito original, mas ignorada pelo público e pela crítica. Marcelo retirou o livro da solidão e o leu em quatro horas. Encontrava-se sozinho e resolveu dedicar-se um pouco ao mundo literário. Excelente escolha da parte dele!

A obra poética lida fez Marcelo passar por uma nobre experiência. A epifania é importante. E o professor recebeu uma revelação. Entendeu inúmeras coisas que antes pareciam indecifráveis. Entendeu que amar não era pecado, proibido, feio. Não. Amar é mais uma das esplêndidas belezas que existem na Terra. Não conteve o leve sorriso do indivíduo puro que Rousseau considera nos primeiros anos de existência. Marcelo alcançou tal milagre por um breve instante. Mas alcançou.

Marcelo sorriu. Colocou o livro no mesmo lugar que ele estava. Ajeitou os cabelos. Olhou-se no espelho perto da janela. Decidiu viver o seu grande amor. O amor que ele julgava vão. Não. O amor nunca será vão. O amor é urgente!

Foi tomar um banho. Colocou uma roupa bonita. Perfumou-se. Perfume francês. Bagunçou os cabelos. Gostava deles assim. Sentou-se na beira da cama. Olhou para o quarto com emoção.

Marcelo amava Sofia. O professor não tinha coragem de declarar todo o seu amor por ela publicamente. O orgulho era grande. No passado, Marcelo desprezara o amor de Sofia, uma simples menina encantada com o professor de literatura. Os anos passaram. Sofia tornou-se uma linda mulher. Formou-se em Direito. E não se esquecera do professor. Porém, os dois seguiram caminhos.

Naquela tarde, Marcelo e Sofia resolveram ir ao museu. Várias telas da exposição eram inspiradas nas obras de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, entre tantos artistas plásticos do século XX.

Marcelo caminhava pelo museu tranquilamente. Sofia, de costas, admirava um quadro estilo cubista. Marcelo avistou Sofia. Reconheceu na hora os seus cabelos lisos. Ela virou-se. Os dois olharam-se intensamente. O coração do professor acelerou. Ela sorriu. Ele sorriu. Aproximou-se dela. Uma lágrima escorreu pelo rosto dele. Nada falaram. Muitas vezes as palavras não bastam. Beijaram-se na frente de todos. As pessoas que assistiam a cena aplaudiram. Finalmente. Finalmente o amor de Marcelo e Sofia. Para amar não existe tempo perdido. O amor é poderoso. Ele não acaba. Não engane-se. O amor eterniza-se.

Para os interessados em mais textos de minha autoria deixo um link de um post do meu blog: https://blogdaspassibilidades.blogspot.com/2019/05/poema.html

 

AUTOR: ALBERTO AYALA –  FONTE: FOLHA RONDONIENSE

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Gomes

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