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O Brasil rico desconhece sua pobreza – Por Silvio Persivo

Eu bem que te avisei para morrer cedo. “A velhice é uma disfunção em pequenos pedaços” (Albert Cohen).

O BRASIL RICO DESCONHECE SUA POBREZA

Com certeza uma coisa é visitar os bairros pobres (quando visitam) em época de eleição ou na inauguração de qualquer coisa. Outra é saber como vivem os pobres. Quem advoga o isolamento total pode até pensar que defende as pessoas dos estratos mais baixos, porém, não entendem o mínimo de suas realidades. Não viveram nunca numa situação de vulnerabilidade. Nunca tiveram a necessidade de, dia a dia, buscar como sobreviver. Bem denotativo disto é também a questão das aulas à distância. Recentemente o professor Isaias Mazetti, que dá aula na Ilha do Governador (o bairro do aeroporto do Rio de Janeiro), revoltado com a irrealidade das propostas disse que conhece as comunidades “Sei a situação em que vivem, participo das inúmeras ações sociais para ajuda emergencial. Sei o que passam, aí aparece um poeta falando em EAD para o nível fundamental! De qual classe social ele está falando? Das que podem pagar, as classes média e rica brasileira, que têm família estruturada, internet e infraestrutura funcionando ou a dos nossos alunos que vivem apertados, sem ar-condicionado, apenas com um celular pré-pago, com pouco volume de internet, quando têm?” É o que acontece, de fato, as medidas adotadas de combate ao coronavírus ou para contornar as limitações impostas pelo confinamento são para as classes A e B. O povo, a massa tem que trabalhar seja nas ruas, nos mercados, nos aplicativos, nas motos, nos postos de gasolina e outros locais. Não podem parar. E, para muitos, que mal tem o dinheiro para comer uma vez por dia, máscara e álcool gel é um luxo que não pode ter. O Brasil não conhece sua própria pobreza.

GOVERNO ALERTA PARA MANUTENÇÃO DE COMPORTAMENTOS RECOMENDADOS PARA EVITAR O CORONAVÍRUS

Embora a situação de Rondônia, em termos de comparação com os outros estados brasileiros, seja bastante confortável o Governo de Rondônia vem alertando a população para os comportamentos de risco de propagação do coronavírus depois que a curva de crescimento da doença apresentou sinais de crescimento. Conforme o Boletim Epidemiológico da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), a transmissão vinha ocorrendo de forma lenta no Estado, com curva epidêmica achatada, até  12 de abril, quando foram registrados 42 casos confirmados. No último dia 16, o número chegou a 92 casos, um aumento bastante significativo, onde o grupo que registra maior número de casos é de mulheres entre 30 e 39 anos. Com 50 novos casos da doença em apenas quatro dias constatou-se que isto se deve, em parte à participação em festas particulares ou por terem tido contato com os que tiveram em festas particulares. O Estado pede que a população seja uma parceira no enfrentamento à Covid-19 e continuar com  os comportamentos recomendados para evitar a transmissão.

CRESCE LEVEMENTE A INADIMPLÊNCIA EM PORTO VELHO 

Em Porto Velho, capital de nosso Estado, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor-PEIC das famílias relativas a abril, coletada já entre 20 de março e 5 de abril,  no período das medidas mais fortes de paralisação para conter a epidemia no Brasil, aponta que houve um ligeiro crescimento do endividamento das famílias, que era de 55,4% em abril e passou a ser de 55,7%, em abril, o que representa um total de 88.369 famílias endividadas. Já os endividados com contas atrasadas caíram de 12,2% em março para 11,2%, em abril. Também o número de famílias que não terão condições de pagar suas contas caiu de 3,2%, em março, para 3% em abril. O principal tipo de dívida continua a ser a dos cartões de crédito, com 59,9% das famílias apontando dívidas neste tipo de crédito, seguido dos carnês com 50% e, em terceiro lugar, o crédito consignado (17%). A pesquisa é feita em conjunto pela Fecomércio Rondônia e CNC-Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

ENDIVIDAMENTO DE MANAUS É LEVEMENTE MENOR EM ABRIL

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor-PEIC das famílias de Manaus 84,8%das famílias manauenses ouvidas em abril (531.454) se dizem endividadas, um nível muito alto, mas, um pouco inferior ao apresentado em março de 2020 (86,5% e 541.459), mas, bem acima da marca registrada em abril de 2019 (79,8% e 493.249). A pesquisa engloba dívidas com cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, compra de imóvel, prestações de carro e seguros. A coleta dos dados ocorreu entre 20 de março e 5 de abril, já no período das medidas mais drásticas para conter a pandemia no Brasil. Como se observa, como em âmbito nacional, o indicador bateu novo recorde (66,6%), superando março de 2020 (66,2%) e abril de 2019 (62,7%), além de ser o maior percentual desde o início da sondagem, Manaus não segue a tendência de alta do País. Isto é visível também porque o Índice de inadimplência, em Manaus, voltou a cair, após a alta de março. Pontuou 26,1% (163.494 famílias) contra os 26,6% (166.686) do mês anterior. E os números ainda seguem bem abaixo dos registrados exatos 12 meses atrás (40,8% e 252.074). A proporção de consumidores brasileiros com dívidas ou contas em atraso ficou estável em abril (25,3%), após dois meses consecutivos de aumento,  mas avançou em relação a abril de 2019 (23,9%). O número das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso também diminuiu em Manaus. Foi de 11,9% (74.902) em abril de 2020, contra 12,1% em março de 2020 (76.066) e 17,2% em abril de 2019 (106.046). O cartão de crédito aparece como a maior fonte de dívidas das famílias manauaras (87,1%) e os carnês (48,4%) surgem na segunda posição. Os dados são da Fecomércio do Amazonas em conjunto com a CNC.

AUTOR: SILVIO PERSIVO –  COLUNA TEIA DIGITAL

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