Policial

Militares presos por fuzilamento vão responder por dois homicídios

O Exército encaminhou a investigação sobre o fuzilamento do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo por militares ao Ministério Público Militar (MPM). Segundo fontes da Justiça Militar ouvidas pelo EXTRA, os nove militares atualmente presos vão responder pelos homicídios das duas vítimas e pelas tentativas de homicídio contra os quatro parentes de Evaldo que estavam no carro. A denúncia ainda será apresentada à Justiça pelo MPM.

Ontem, a mãe de Luciano, Aparecida Macedo, fez um desabafo antes de sepultar seu filho em uma cova rasa no Cemitério do Caju:

— Meu filho só estava tentando ter a casinha dele, com a mulher dele. Eu ainda disse para ele: vai fazer barraco aí? Ele disse: ‘fica calma coroa, o Exército está ali perto’. O Exército matou meu filho!

Foi num dos acesso à favela do Muquiço, vizinha à Vila Militar, que Luciano foi baleado por militares do Exército, quando tentava ajudar a família de Evaldo Rosa, que morreu depois de ter o carro atingido por 80 tiros no dia 7 de abril. Luciano estava internado há 11 dias no Hospital Carlos Chagas, e não resistiu aos ferimentos.

Em quatro meses, Luciano seria pai: sua mulher Daiana está grávida de cinco meses. O casal vivia nas ruas, e o catador estava juntando pedaços de madeira para construir um barraco na Favela do Muquiço, em Guadalupe, próxima ao local do crime. No momento em que o carro de Evaldo foi fuzilado pela patrulha dos militares na Estrada do Camboatá, Luciano e Daiana passavam, com um carrinho de mão, pela via a caminho do local onde o catador coletava as vigas para a construção da casa.

Segundo seus parentes, Luciano Macedo teve infância difícil, nas proximidades da favela do Final Feliz, em Anchieta. Perdeu o pai cedo, num acidente doméstico. Os dois irmãos foram criados pela mãe, a auxiliar de serviços gerais Aparecida Macedo. Luciano estudou até a 5ª série. Por conta de uma tuberculose, ele perdeu um dos pulmões. Quando completou 18 anos, saiu de casa e decidiu que iria viver sozinho: acabou indo morar nas ruas.

Nesse período, segundo seus parentes, Luciano passou fome e até chegou a ser preso por um roubo. Para conseguir comprar comida, passou a catar latinhas nas ruas. Há dois anos, reencontrou Daiana, uma paixão antiga, e começou um relacionamento. O casal vivia um momento feliz esperando a chegada do filho.

FONTE: EXTRA

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