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Senadores rejeitam procuradores e dão recado a Aras

O Senado recusou a recondução de Lauro Machado Nogueira e Demerval Filho ao CNMP; ambos agiram em prol do colega Deltan Dallagnol no conselho

Ao rejeitar dois procuradores para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), senadores deram um recado ao subprocurador Augusto Aras : para dar o voto a ele, esperam demonstrações de que os entusiastas da Lava Jato no Ministério Público não terão papel de relevo em sua gestão.

Na noite de quarta-feira, o Senado rejeitou a recondução de Lauro Machado Nogueira e Demerval Filho ao CNMP. Ambos agiram em prol do colega Deltan Dallagnol no conselho. Depois de muita polêmica, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP) tirou da pauta um terceiro nome, Marcelo Weitzel, para o qual o clima também era ruim.

Apesar de vender um olhar crítico à Lava Jato nas conversas com senadores, apontando excessos na condução dos procuradores, Aras tem desagradado com algumas sinalizações. Na semana passada, ele convidou a procuradora Thaméa Danelon para comandar a força-tarefa da Lava Jato na PGR. Ela já chefiou grupo da operação em São Paulo.

Esta semana, reportagem do The Intercept mostrou que a procuradora teria redigido, a pedido do advogado Modesto Carvalhosa, e com conhecimento de Deltan, uma peça pelo impeachment do ministro do Supremo Gilmar Mendes.

“Augusto Aras não pode abrir uma gestão à frente da PGR tendo dentro de seu gabinete alguém que, sob o manto do Estado, agiu deliberadamente em favor de interesses privados contra um membro do Supremo Tribunal. Seria um descrédito imenso para um mandato que ainda nem nasceu”, reclamou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), em discurso na tribuna da Casa.

A revelação acirrou os ânimos no Senado e no Supremo e foi o estopim para a reação dos parlamentares de derrotar os procuradores, num recado direto a Aras, cuja sabatina e votação para ser confirmado PGR ocorrem na próxima quarta-feira.

“É importante que o indicado à PGR saiba ler esse recado do Senado. Ele tem uma sabatina e duas votações pela frente, uma delas no plenário. Os abusos da Lava Jato não serão mais tolerados pelos membros desta Casa”, disse um senador.

FUTURO INCERTO

Aras tem acompanhado o movimento com preocupação. Embora o clima no Senado esteja se desenhando positivo, há uma insegurança sobre o voto de parlamentares que defendem a Lava Jato. Por isso, ele quer garantir o apoio de bancadas que têm maioria crítica à equipe da operação, como a do MDB.

Com essa preocupação, ao ser questionado sobre sua equipe nos encontros com parlamentares, ele tem negado que já fechou os nomes que estarão na sua eventual gestão.

Sobre Thaméa, já admitiu a pessoas próximas que a informação de que a procuradora teria redigido o pedido de impeachment de Gilmar Mendes minou suas chances no comando da Lava Jato na PGR.

Além de temer perder votos no Senado, pesa na decisão de Aras de desistir de Thaméa, a preocupação de azedar o clima com ministros do Supremo.

Aras tem percorrido gabinetes do Senado nas últimas semanas. Até a sabatina, marcada para a próxima quarta-feira, ele pretende ter conversas individuais com cada um dos 81 senadores.

SINAIS TROCADOS

Parte dos que receberam a visita vê Aras com desconfiança . Dizem que ele parece adaptar o discurso de acordo com o interlocutor. Assim, na análise dos ressabiados, não é possível prever qual a linha que Aras, de fato, adotará à frente da PGR.

Enquanto a críticos da Lava Jato, ele promete um MP mais discreto e faz críticas à posturas dos “jovens” procuradores, defendendo que os mais antigos tenham protagonismo para “equilibrar” a instituição, aos defensores da equipe, ele tem reiterado sua simpatia por Deltan.

FONTE: ÉPOCA

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