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Perícia revela que vítimas do Centro de Treinamento do Flamengo não tiveram como escapar

Odor de solvente em um dos corpos pode indicar presença de material inflamável no alojamento

O tipo de material utilizado na construção do alojamento da divisão de base do Ninho do Urubu pode ter acelerado a propagação do incêndio que matou dez atletas e deixou outros três feridos na madrugada de sexta-feira. Os primeiros levantamentos da perícia revelaram que pelo menos um dos corpos carbonizados tinha odor forte de solvente que pode indicar a presença de material altamente inflamável no alojamento onde estavam os jovens.

Segundo o site da empresa NHJ do Brasil, fabricante dos contêineres utilizados no CT, os módulos habitáveis são compostos por painéis termo-acústicos preenchidos com poliuretano revestidos dos dois lados e chapas de aço formando um sanduíche.

Apesar de o poliuretano ser material inflamável, especialistas afirmam que as chapas de aço absorveriam todo o calor mas não pegaria fogo. O risco maior era a existência de algum tipo de tinta solvente nas paredes.

A perícia técnica já sabe que o incêndio teve início no ar condicionado do quarto seis e que se propagou rapidamente por todo o ambiente. Os mortos e feridos estavam nos quartos mais distantes da porta de saída. A presença de hidróxido de carbono nos corpos indicou ainda que eles aspiraram muita fumaça, perdendo forças para reagir.

— Eles não tiveram sequer chance de deixar o local — comentou um perito.

Segundo as investigações, o aparelho de ar-condicionado que pegou fogo, passou por duas vistorias feitas por empresa terceirizada, a última, dois dias antes da tragédia. O diretor do clube Reinaldo Belotti confirmou a informação, mas disse apenas que os aparelhos  passaram por manutenção recente e relacionou os problemas com a queda de energia decorrente do temporal no Rio nos últimos dias pelos danos elétricos nos aparelho.  Não houve esclarecimentos, porém, se havia algum sistema de proteção para o ar-condicionado, justamente para evitar curtos. A Light, no entanto, informou que não há registro de problemas com a energia no local no dia do incêndio. O asbatecimento havia sido normalizado no dia anterior.

O delegado Márcio Petra, da 42ª DP (Recreio) que investiga o caso, deverá ouvir ainda na segunda-feira a direção do Flamengo. Representantes da empresa fabricante dos módulos também devem ser ouvidos.

Até o final de sábado, o Instituto Médico Legal, havia conseguido identificar sete corpos entre as dez vítimas do incêndio. O último foi o goleiro Christian Esmério foi reconhecido pelos familiares no Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro.

O IML continua pedindo aos familiares dos três jovens ainda sem identificação que tragam materiais que possam ajudar no exame e tenta, ao máximo, evitar a identificação por DNA, que poderia levar meses. Os últimos três corpos a serem identificados são os de Jorge Eduardo dos Santos, Rykelmo Viana e Samuel Thomas.

—O corpo está tão queimado, mas tão queimado que não conseguem reconhecer — desabafou Sebastião Rodrigues, tio de Thomas, ao deixar o IML.

FONTE:  O GLOBO

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