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Crianças são as maiores vítimas da onda de massacres no Congo

Conflito é considerado o mais grave do momento, com milícias regionais atacando crianças como Mave Grace, que perdeu parte do braço

De ditadura em ditadura, a República Democrática do Congo, que entre 1971 e 1997 era chamada de Zaire,  passa, para muitos especialistas, pela pior guerra do mundo. Uma guerra civil que se alastra por mais de 20 anos, mas sem tanta divulgação na mídia. A menina Mave Grace, de 11 anos, teve o braço decepado durante invasão de milicianos à aldeia em que vivia

Milícias espalhadas pelo país não reconhecem o governo de Joseph Kabila, como acabaram se voltando contra ao do pai dele, Laurente Désiré-Kabila, que chegou ao poder com o apoio dos tutsis baniamulenge, contrários aos hutus

Laurent Kabila, por outro lado, também não reconhecia a autoridade de Mobuto Sese Seko, ditador do país por mais de 30 anos (1965-1997), com boa parte de sua gestão administrando o então Zaire e recebendo um milhão de hutus sobreviventes do genocídio em Ruanda, 1994, o que lhe tirou o apoio dos tutsis

Resultado: esse país com um dos piores IDH do mundo (176º entre 188 países) tem seus recursos naturais explorados por gangues regionais e se mantém na pobreza

Pior: a falta de infraestrutura e os perigos das emboscadas dificultam a ajuda humanitária a locais como a vilia de Tchee, onde Grace teve parte de seus braços decepada no ataque ao vilarejo

Ela está com as suas irmãs Racahele-Ngabausi, de dois anos, Francine Imani, de seis, e o seu pai, Nyine Richard, no Acampamento Deslocado em Bunia, província de Ituri, leste da República Democrática do Congo

A tia dela, Claudine Ngave, também foi para o acampamento. Segundo testemunhas, milicianos mataram sua mãe grávida , seus três irmãos e cortou parte do braço de Grace

Os atacantes entraram na aldeia à noite empunhando facões. A última coisa que Mave Grace viu antes de cair inconsciente foi homens com facões abrindo a barriga de sua mãe grávida e matando o feto. Racahele-Ngabausi também foi ferida gravemente no rosto e na cabeça

Quando Grace acordou, ela estava cercada de cadáveres. Sua mão esquerda foi cortada logo acima do pulso.
— Em volta de nós, vimos cadáveres por toda parte

Usando um vestido com estampas verdes, ela aperta os olhos para o sol enquanto segura o braço sem mãos, as feridas do corte ainda não estão completamente curadas

A aldeia natal de Mave Grace, Tchee, fica na região oriental de Ituri, onde conflitos étnicos entre pastores Hema e agricultores Lendu custam vidas incontáveis e forçaram dezenas de milhares de pessoas a fugir desde o início do ano

FONTE; R7.COM COM REUTERS

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Gomes Oliveira

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