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Após retaliação de Dilma, Indonésia pode cancelar compra de aviões da Embraer

A recusa da presidente Dilma Rousseff em receber as credenciais do embaixador indonésio para começar a trabalhar no Brasil, na última semana, uma retaliação a recusa do presidente indonésio de acatar o pedido de clemência em favor do brasileiro Marco Archer, pode afetar as relações comerciais entre os país. Após convocar o embaixador brasileiro para dar explicações, além de chamar de volta ao país Toto Riyanto, agora o governo indonésio estuda está reconsiderando a compra aviões de combate e lançadores mísseis do Brasil, , informou o diário indonésio “Jakarta Post“.

De acordo com o jornal, o vice-presidente indonésio Jusuf Kalla disse que o governo está repensando se adquire para a Força Aérea do país um esquadrão de 16 aviões EMB-314 Super Tucano, fabricados pela Embraer. A Indonésia ainda estaria estudando a possibilidade de cancelar uma encomenda de lançadores múltiplos.

Na sexta-feira, em uma cerimônia no Palácio do Planalto, a presidente recebeu as credenciais de cinco novos embaixadores. O diplomata indonésio, Toto Riyanto, chegou a constar da lista dos que seriam recebidos na cerimônia, o que não aconteceu.

– Nós achamos que é importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza de em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que nós fizemos foi atrasar um pouco o recebimento das credenciais, nada mais do que isso – disse Dilma a jornalistas, após a cerimônia.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, disse nesta terça-feira que as execuções dos 11 condenados, a maioria por tráfico de drogas, não serão canceladas ou suspensas, alertando aos outros países para não intervirem no direito da Indonésia de praticar a pena de morte.

— A primeira coisa que eu preciso dizer firmemente é que não deve haver qualquer intervenção na pena de morte porque é nosso soberano direito de exercer nossa lei — disse Widodo, em uma possível resposta aos pedidos da presidente Dilma Rousseff, da França, Holanda e Austrália, para que os condenados destes países não fossem executados.

Widodo disse ter recebido telefonemas dos líderes de Brasil, França e Holanda sobre a pena de morte, mas afirmou que os apelos não serão atendidos. De acordo com informações da BBC, o governo Francês chamou o embaixador da Indonésia no país para falar sobre a preocupação com o destino de Serge Atlaoui, preso no país por tráfico de drogas e condenado a morte.

As autoridades australianas, que também apelam pela vida de dois condenados, fizeram uma grande campanha diplomática pelas vidas de Myuran Sukumaran e Andrew Chan. O primeiro-ministro autraliano, Tony Abbott, causou um mal estar na semana passada quando disse que a Indonésia deveria se lembrar da ajuda de 1 bilhão de dólares australianos enviada ao país após o tsunami que atingiu o país em 2004.

Marco Archer foi executado na Indonésia no dia 17 de janeiro, apesar do pedido de clemência feito pelo governo brasileiro. A presidente telefonou para o presidente indonésio Joko Widodo. Na ocasião, ela afirmou ao colega que no Brasil não há pena de morte, e que o fuzilamento do brasileiro causaria comoção e estremeceria as relações entre Brasil e Indonésia.

Outro brasileiro aguarda no corredor da morte na Indonésia. O nome de Rodrigo Gularte, condenado por tráfico de drogas, consta numa lista divulgada pelo governo indonésio no início do mês. Diagnosticado com esquizofrenia, o brasileiro pode ter sua sentença suspensa.

Fonte: O GLOBO

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Gomes Oliveira

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