O Brasil dá nesta semana mais alguns passos para combater a ameaça do coronavírus. Governadores dos 26 estados, mais o Distrito Federal, devem encaminhar até esta segunda-feira (10), os planos de contingência para conter uma possível epidemia do coronavírus no Brasil. O documento foi solicitado pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em reunião com os representantes de cada estado na semana passada.

O Brasil não teve até agora nenhum caso confirmado, mas até a tarde de domingo havia onze casos suspeitos em Minas Gerais (1), Paraná (1), Rio de Janeiro (2), São Paulo (3), Santa Catarina (1) e Rio Grande do Sul (3). O Ministério da Saúde também já descartou 28 casos.

O objetivo da pasta é que agora cada estado tenha uma estratégia, desenhada de acordo com as realidades locais, com medidas de prevenção, vigilância e assistência caso haja casos confirmados.

Os planos devem estar alinhados aos protocolos do Ministério e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que no final de janeiro declarou o coronavírus como uma emergência global. “Nós precisamos falar a mesma língua e estamos entrando com ações de alto impacto na área de vigilância. Estamos trabalhando com vários cenários, porque cada estado tem uma peculiaridade”, disse Mandetta.

Na manhã de domingo (9), dois aviões da Força Aérea Brasileira chegaram ao país com os 34 brasileiros que estavam em Wuhan, cidade chinesa epicentro do surto que já matou mais de 630 pessoas. Nenhum dos tripulantes a bordo apresentou sintomas de doença causada pelo novo coronavírus. O grupo ficará em quarentena por 18 dias no hotel de trânsito da Base Aérea de Anápolis, em Goiás, que foi especialmente preparado para essa operação.

Além das perdas humanas, o coronavírus também tem impactado a economia global. Partes da China estão com ruas vazias, afetando em cheio o consumo, e bancos como Goldman Sachs, UBS e Macquarie já cortaram as previsões de crescimento chinês tanto para o primeiro trimestre quanto para o ano fechado de 2020.

Até o Brasil entrou na rodada de revisões para baixo, já que a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Na semana passada, o UBS cortou a projeção de alta do PIB brasileiro em 2020 de 2,5% para 2,1%. Agora é torcer para que o impacto do vírus fique limitado a isso.

FONTE: EXAME.COM