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Militares da Coreia do Norte mataram funcionário sul-coreano desaparecido e queimaram seu corpo, diz Seul

Militares da Coreia do Sul afirmaram nesta quinta-feira que tropas norte-coreanas mataram um funcionário do governo sul-coreano que havia desaparecido no início da semana. Ainda segundo Seul, o corpo da vítima foi encharcado de óleo e queimado em uma suposta tentativa de evitar um novo surto de Covid-19.

Segundo os militares da Coreia do Sul, as evidências sugeriam que o homem de 47 anos, funcionário do Ministério de Assuntos Marítimos e Pesca, estava tentando desertar para a Coreia do Norte quando desapareceu de um barco na segunda feira. Ele estaria a cerca de 10 km da Linha Limite do Norte (NLL, na sigla em inglês), uma demarcação que serve como fronteira marítima entre os dois países.

Ainda não se sabe por que o homem foi baleado, mas as tropas norte-coreanas teriam agido supostamente sob ordens “anti-coronavírus”, segundo militares sul-coreanos.

O escritório de segurança nacional de Seul disse que o assassinato foi um “crime contra a humanidade” e pediu que a Coreia do Norte se desculpasse e adotasse medidas para prevenir a outros incidentes semelhantes no futuro.

Citando fontes de inteligência, os militares disseram que o homem, cujo nome não foi informado, pode ter sido interrogado ainda no mar, ao norte do NLL e a cerca de 38 km de onde ele desapareceu, antes de ser executado por “ordem de uma autoridade superior”. Após ser morto, seu corpo teria sido molhado com óleo e queimado.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, afirmou que o tiro da Coreia do Norte contra um civil sul-coreano foi “chocante” e “imperdoável”, disse a agência de notícias Yonhap, creditando a informação a um porta-voz presidencial.

Moon também ordenou aos militares sul-coreanos que estejam mais atentos para proteger os cidadãos de seu país.

Os militares disseram que enviaram uma mensagem nesta quarta-feira ao Norte, exigindo explicações, mas que ainda não receberam nenhuma resposta.

— Nossos militares condenam veementemente tal atrocidade e exigem que a Coreia do Norte forneça explicações e puna os responsáveis — disse o general Ahn Young-ho, encarregado das operações do Estado-Maior Conjunto.

‘Paranoia’ com o coronavírus

O comandante militar dos EUA na Coreia do Sul já havia dito que tropas norte-coreanas receberam “ordens de atirar para matar” para evitar que o novo coronavírus entre no país.

A aplicação dessa rigorosa ordem pode ser uma tentativa de evitar que um futuro surto atrapalhe um grande desfile militar previsto para ser realizado em 10 de outubro, quando o país comemora a fundação do Partido dos Trabalhadores da Coreia, disse Chad O’Carroll, CEO do Korea Risk Group (Grupo de Risco da Coreia, em tradução livre), que analisa e monitora a Coreia do Norte.

“De muitas maneiras, esse desfile é um enorme risco viral em potencial”, disse ele em uma publicação no Twitter. “E parece que há uma paranoia sobre esse risco em jogo [com] as determinações de atirar para matar”.

Em julho, um homem que havia desertado para a Coreia do Sul três anos atrás cruzou novamente a fronteira ao Norte, causando uma preocupação sobre um possível surto de Covid-19 no país. Pyongyang afirma não ter casos da doença em seu território.

O retorno do homem fez com que as autoridades norte-coreanas fechassem uma cidade fronteiriça e colocassem em quarentena milhares de pessoas por temer que surgissem infecções, embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha afirmado depois que os resultados dos testes dele foram inconclusivos.

Na semana passada, a polícia sul-coreana prendeu um desertor que, segundo o país, havia tentado retornar à Coreia do Norte invadindo um local de treinamento militar na cidade fronteiriça de Cheorwon.

 

FONTE: REUTERS E EXTRA

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