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Ex-governador de Rondônia “Confúcio Moura cometeu um crime contra a Caerd”, afirma presidente em entrevista

No programa, Irineu Cardoso falou da “herança” deixada pela gestão Iacira Azamor nomeada pelo ex-governador como salários em atraso e dívidas que se aproximam à R$ 2 bi

“Confúcio Moura foi um Governo que cometeu um crime contra a Caerd. Propositalmente deixou uma Diretoria na Caerd para deixar ela um caos, para depois extinguir. Tanto que o fez no final do mandato com um decreto de liquidação da Companhia e nomeou a ex-presidente (Iacira Azamor) como liquidante. E falo isso hoje não como diretor, mas como funcionário de carreira de 34 anos da companhia. Ele foi maléfico!”

As palavras são do atual presidente da Caerd José Irineu Cardoso Ferreira em entrevista nessa terça-feira (14) do programa a Voz do Povo, apresentado pelo jornalista e advogado Arimar de Souza Sá ao vivo de segunda-feira à sexta-feira, do meio-dia às 13 horas na Rádio Caiari FM 103,1 e pela Antena FM em Rede Estadual.

No programa, o presidente, que assumiu o cargo há um ano contou que neste meio tempo, “algumas coisas foram feitas, mas muitas ainda não foram possíveis”, devido à herança deixada pela gestão anterior da ex-presidente Iacira Azamor, nomeada pelo então governador Confúcio Moura, hoje senador pelo MDB.

Criada ainda no Governo Militar, a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia completa 50 anos em 2019, e está presente em quase 80% dos municípios do estado, segundo Irineu. Mas de acordo com ele mesmo, ainda não atende a população a contento com seu principal objetivo de levar saneamento básico às famílias rondonienses, incluindo a capital que tem o menor índice de esgoto.

Dívidas

Na entrevista o presidente relatou que assumiu o cargo, com uma folha de pagamento “discrepante” com quase cinco meses atrasada, salários que chegavam a R$ 25 mil, gratificações de R$ 2.500, cerca de 100 cargos comissionados, e R$ 70 milhões de contas a pagar, além de duas dívidas infinitas: uma com a Fazenda Nacional que se aproxima a R$ 1 bilhão, e outra com a Eletrobrás de R$ 600 milhões.

Em primeiro momento, a medida tomada foi reduzir a folha de pagamento que chegava à R$ 5 milhões para R$ 2.300 milhões com eliminação de cargos comissionados, devolução de servidores cedidos, e troca de horas extras por banco de horas. “Hoje todos os funcionários recebem rigorosamente no dia 25 de cada mês”, assegurou.

Em meio aos problemas financeiros, a Caerd também enfrenta os desafios de resolver os de desabastecimento, que ainda permanecem até o momento na capital do estado e em Ji-Paraná, principalmente no 2º Distrito do município que é extremamente prejudicado e se soma à paralisação das obras do PAC desde a gestão anterior, “mas que estão em fase de discussão em consolidação para retomada dos trabalhos”.

Monopólio gratuito

Questionado sobre o fato da companhia ter praticamente monopolizado o serviço em Rondônia, e mesmo assim ainda ter prejuízos, o presidente acrescentou à situação, o fato da captação da matéria prima (água) ser 100% gratuita através dos mananciais espalhados por todo o estado, e confessou que “sinceramente, é difícil de entender e não ser um problema de má gestão anterior feita de forma proposital”.

Perguntado se a Companhia tem salvação, respondeu que “só se o Governo assumir o déficit com a União, porque a Caerd já não tem mais condições, e não dispõe de capital para saldar as dívidas volumosas que se acumularam”, acrescentando que, “com o alto déficit, não sobra praticamente nada para investimentos”.

Neste sentido, ainda de acordo com Irineu, soma-se ainda à problemática financeira, o alto índice de servidores aposentados e que estão próximos à aposentadoria que não produzem mais a contento, “não porque querem, mas porque estão acima da idade, e estão há mais de 35 anos na Companhia, com problemas de saúde e que precisam ser desligados da Caerd”.

Quebradeira de asfalto

Perguntado sobre uma reclamação que tem sido comum da população relacionada aos asfaltos que são “quebrados” e não são pagos, o presidente esclareceu que “está é uma conta que não é a Companhia”, pois não é ela que quebra, e a contratada pelo Governo do Estado através do gestor do PAC para realizar os serviços, “e, portanto, não tem nada a ver com a Caerd, que por não ser gestora destas obras, não pode intervir”.

Segundo Irineu Cardoso, esta é outra herança da má gestão anterior, já que a presidente Iacira Azamor também era gestora do PAC e autorizou muitos serviços como estes, e até hoje a Caerd “paga essa conta sem dever”.

Ainda no A Voz do Povo, o presidente falou sobre a qualidade da água. “Eu bebo água da Caerd em casa e no escritório porque conheço, sou funcionário de carreira da área operacional e posso garantir que é tratada devido ao controle rígido da qualidade da água feito por laboratório extremamente confiável. Podem tomar com garantia absoluta”, assegurou.

Irineu Cardoso também relatou sobre as dívidas de devedores como: Prefeituras, Secretarias de Estado, que perduram há mais de 10 anos; patrimônio ativo da Caerd; encargos sociais que não são pagos há três décadas; campanhas de descontos para usuários que estão em débito com a Companhia; melhorias nos serviços operacionais e fiscalização; entre outros assuntos de interesse da população; e respondeu a perguntas dos ouvintes.

CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:

FONTE: RONDONOTICIAS

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