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Tacla Duran afirma “paguei para não ser preso” na Operação Lava-Jato

Advogado que vive na Espanha e não é considerado foragido é o principal acusador contra a operação comandada pelo então juiz Sérgio Moro

O advogado Rodrigo Tacla Duran é um dos poucos que conseguiu escapar da Operação Lava-Jato. Com dupla cidadania hispano-brasileiro, ele obteve apoio da justiça espanhola quando teve a prisão decretada pelo então juiz Sérgio Moro. O advogado chegou a ficar detido por 70 dias na Espanha, mas foi liberado porque o governo entendeu que “estavam violando seus direitos fundamentais e o devido processo legal”.

Mas Tacla Duran afirma que tudo não passa de um golpe para lhe tomar dinheiro. O “intermediário” seria o advogado paranaense Marlus Arns, que passou a representar os presos da Lava-Jato nas negociações de delações premiadas, substituindo a advogada Beatriz Catta Preta, que sumiu no meio do processo. Duran garante (e mostra comprovante) ter pago U$ 612 mil ao advogado Marlus Arns, e essa era a primeira parcela de um total de U$ 5 milhões. Ele conta que quando resolveu que não pagaria mais “porque era um processo que não teria fim”, foi decretada sua prisão.

Tacla Duran sustenta há anos que a Lava Jato negocia paralelamente delações premiadas com os investigados e que os softwares internos utilizados pela Odebrecht (Drousys e MyWebDay) foram adulterados para favorecer os 77 delatores da empresa.

A denúncia mais grave foi direcionada ao advogado Carlos Zucolotto Junior, que nutre laços estreitos com Sergio Moro – ele foi seu padrinho de casamento e já foi sócio de Rosangela Moro em um escritório de advocacia. Segundo o acusador, Zucolotto teria oferecido a Duran, entre março e abril de 2016, a possibilidade de redução de pena e de multa em troca de pagamento via caixa 2, conforme relatado pela coluna da jornalista Mônica Bergamo.

Dali em diante, o advogado intensificou suas críticas à operação e reforçou as supostas relações espúrias entre delatores, procuradores e os juízes da Lava Jato. Agora, Duran acusa outro advogado, Marlus Arns -que já trabalhou como advogado do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB) — de ter o extorquido em US$ 5 milhões para amenizar suas penas na Lava Jato.

“Não é muito tempo sem operação?”, perguntou o então juiz Sergio Moro ao procurador Deltan Dallagnol em 31 de agosto de 2016, segundo o site
The Intercept. “É sim. O problema é que as operações estão com as mesmas pessoas que estão com a denúncia do Lula. Decidimos postergar tudo até sair essa denúncia, menos a op do taccla [Tacla Durán] pelo risco de evasão, mas ela depende de articulação com os americanos (Que está sendo feita)”, responde o procurador da Lava Jato.

FONTE: UOL

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