Extra

Segunda Turma do STF rejeita denúncias contra quatro políticos

Arthur Lira, Eduardo da Fonte, José Guimarães e Benedito de Lira estão livres das acusações

Por dois votos a um, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta segunda-feira três denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República contra três deputados e um senador. Duas delas dizem respeito à Operação Lava-Jato, que investiga desvios na Petrobras. Assim, serão arquivados os processos contra o líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira (AL), e seu pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL), e contra o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE). A terceira denúncia rejeitada, fora da Lava-Jato, era a do deputado José Guimarães (PT-CE).

O relator dos processos da Operação Lava-Jato, ministro Edson Fachin, foi favorável ao recebimento das denúncias, transformando-os em réus. Mas os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes votaram pela rejeição. Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, que também compõem a Segunda Turma, estavam ausentes por motivos de saúde. O julgamento das três denúncias nesta segunda-feira durou menos de meia hora.

No caso das duas denúncias da Lava-Jato, Toffoli argumentou que as acusações do Ministério Público Federal se baseavam apenas na palavra de delatores. Pela lei, uma colaboração pode ser o ponto de partida para uma investigação, mas não pode ser o único elemento a embasá-la.

A primeira denúncia a ser analisada foi a de Arthur e Benedito de Lira. O julgamento começou na semana passada com o voto de Fachin, mas Toffoli pediu vista, adiando a conclusão do caso. Nesta segunda-feira, na última sessão da Segunda Turma do ano, Toffoli votou pela rejeição da denúncia, sendo acompanhado por Gilmar. Ele também determinou o envio da parte da denúncia relativa ao empreiteiro Ricardo Pessoa, que não tem foro privilegiado, para a primeira instância.

Fachin opinou que o melhor seria esperar Celso de Mello, que tinha manifestado desejo de votar no caso. Mas Gilmar e Toffoli formaram maioria para declarar o resultado logo. Na semana passada, a defesa de Arthur e Benedito de Lira já tinha batido na tecla de que a denúncia se baseia apenas em depoimentos de delações premiadas.

– Existe apenas a palavra dos colaboradores – avaliou Toffoli nesta segunda-feira, citando, entre outros, os colaboradores Ricardo Pessoa, Valmir Pinheiro Santana (executivo da UTC), Alberto Yousseff (doleiro) e Rafael Angulo Lopez (funcionário de Youssef).

Segundo o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, autor da denúncia, Arthur Lira recebeu repasses da empresa Constran S/A Construções e Comércio – do empreiteiro Ricardo Pessoa, também denunciado – na conta do pai. Depois, o valor foi repassado para a campanha eleitoral de Arthur Lira para a Câmara. Para Janot, os recursos eram propina disfarçada de doação eleitoral oficial para beneficiar a UTC, de Pessoa, no esquema de corrupção da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, que era comandada por Paulo Roberto Costa.

No caso da denúncia de Eduardo da Fonte, a segunda a ser rejeitada nesta segunda, o julgamento começou em novembro do ano passado. O ministro Teori Zavascki, antigo relator da Lava-Jato, foi favorável à aceitação da denúncia, transformando-o em réu, mas Toffoli pediu vista. Nesta segunda-feira, ele e Gilmar rejeitaram a denúncia. Teori morreu em janeiro de 2017, sendo substituído por Fachin na relatoria dos processos da Lava-Jato.

Eduardo da Fonte era acusado de intermediar um pagamento de R$ 10 milhões ao senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), já falecido, para proteger empresas na CPI da Petrobras. A denúncia usou informações das delações de Paulo Roberto Costa e do lobista Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano.

– Eu verifico aqui que na verdade a denúncia toda se baseia na palavra do delator – afirmou Toffoli sobre a denúncia.

José Guimarães, que foi líder do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, é acusado de ter influenciado na liberação de financiamento do Banco do Nordeste à empresa Engevix. Em troca, teria recebido propina de R$ 97,7 mil. Na semana passada, Fachin, que também relata o inquérito, foi favorável ao recebimento da denúncia pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Mas Toffoli pediu vista. Nesta segunda, ele e Gilmar foram favoráveis à rejeição da denúncia.

A investigação começou a partir da delação premiada do ex-vereador de Americana (PT-SP) Alexandre Romano, na Lava-Jato. Segundo o delator, Guimarães intermediou, em 2011, contato entre ele e sócios da Engevix com o presidente do banco à época, Roberto Smith. O encontro teria resultado na celebração do contrato de financiamento de cerca de R$ 260 milhões da empresa para a construção de usinas eólicas na Bahia.

– O denunciado, ainda que eventualmente responsável pela indicação política de Roberto Smith, se limitou a intermediar uma reunião entre o presidente do Banco do Nordeste, Alexandre Romano e representantes da Engevix. Não há notícia de que que o parlamentar tivesse intercedido de alguma foram para que houvesse financiamento por parte do Banco do Nordeste – disse Toffoli.

FONTE: GLOBO

Comentar

Print Friendly, PDF & Email
Tags

About the author

Gomes Oliveira

Add Comment

Click here to post a comment

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

COMPARTILHE

BAIXE NOSSO APLICATIVO

RESENHA POLITICA

TEIA DIGITAL

TEMPO REAL

PUBLICIDADE

Instagram

Instagram has returned empty data. Please authorize your Instagram account in the plugin settings .
WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com