Esporte

Flamengo só venceu um dos cinco jogos acima de 3.000 metros na Libertadores

Com apenas 26,6% de aproveitamento nas maiores alturas do continente, Rubro-Negro já experimentou diferentes tipos de aclimatação desde 1983. Único triunfo foi em 2008 no Peru

Falar em altitude no Flamengo é praticamente impossível não lembrar daquela cena com Renato Augusto, usando máscara de oxigênio à beira de campo nos mais de 4.000 metros de Potosí, na Bolívia, em 2007. Em 2019, o Rubro-Negro está de volta ao país para jogar em mais um dos estádios mais altos do mundo: o Jesús Bermúdez, em Oruro, 3.700 metros acima do nível do mar e palco da estreia do Rubro-Negro na Libertadores nesta terça-feira, às 19h15 (de Brasília), contra o San José.

Preocupada, a diretoria do Flamengo preparou uma força-tarefa anti-altitude que envolve: vitaminas e exercícios respiratórios com os jogadores; escolta de ambulância durante toda a estadia em Oruro; 10 cilindros de oxigênio, que só serão usados em eventuais emergências e não serão exibidos para não assustar os atletas. Além disso, para minimizar os efeitos dos 3.700 metros, o Flamengo ficará em Santa Cruz de la Sierra – 400 metros acima do mar – até horas antes do jogo.

Flamengo volta a encarar altitude após quatro anos: em 2015-2016, o time não se classificou para a Libertadores, enquanto em 2017-2018 escapou das montanhas no sorteio. Clube chegou a formalizar pedido na Fifa em 2007 para proibir partidas acima de 2.750m sem período de adaptação.

O temor rubro-negro se reflete nos números. Embora o Flamengo já tenha vencido o América-MEX a 2.250m e o Jorge Wilstermann a 2.570m, por exemplo, nas partidas com altitudes mais elevadas, acima de 3.000 metros, o time só ganhou uma em cinco compromissos, coincidentemente todos pela Libertadores. O clube experimentou diferentes tipos de aclimatação para estes jogos, mas seu aproveitamento foi de apenas 26,6%: uma vitória, um empate e três derrotas.

Relembre as partidas na altitude:

Bolívar 3 x 1 Flamengo – La Paz (3.600m)

O primeiro jogo acima dos 3.000 metros foi em 1983, no Estádio Hernando Siles, contra o Bolívar. E mostrou que até aquele timaço de Zico, Júnior e companhia, que conquistaria o tri do brasileiro daquele ano, sofreu com a altitude. O Rubro-Negro na época viajou antes porque teve rodada dupla na Bolívia e também montou base em Santa Cruz de la Sierra, onde empatou por 0 a 0 com o Blooming. Ficou na cidade até o dia do próximo jogo, treinou no Estádio Municipal Eduardo Guilarte e subiu para La Paz horas antes da partida. Mas a derrota o tirou da briga pela classificação.

Real Potosí 2 x 2 Flamengo – Potosí (4.100m)

O time de Ney Franco em 2007 conquistou o primeiro ponto do Flamengo acima dos 3.000 metros. Na época, a delegação viajou três dias antes e ficou dois em Sucre, cidade com uma altitude menor, de 2.800 metros, mas que já afeta o rendimento dos atletas. E no dia do jogo viajou de ônibus para Potosí, um trajeto de aproximadamente 160 km. A esperada aclimatação, porém, não surtiu efeito, e os jogadores sofreram. Renato Augusto e Moisés usaram o cilindro de oxigênio durante a partida, e outros, no vestiário. Mesmo pressionada, a equipe arrancou um empate heroico naquela campanha que terminou invicta na fase de grupos.

Cienciano 0 x 3 Flamengo – Cusco (3.400m)

A única vitória até hoje do Flamengo em altitudes extremas foi em 2008, em Cusco, no Peru. A preparação na época teve seis cilindros de oxigênio, um oxímetro – aparelho que mede o nível de oxigênio no sangue – e quartos “pressurizados” no hotel – que simulavam através do sistema de oxigenação altitudes de no máximo 2.400m, permitindo maior conforto. A delegação viajou para Lima dois dias antes do jogo, treinou na capital peruana, que não tem altitude, e subiu o morro no dia da partida. O time segurou a pressão inicial e venceu bem no Estádio Garcilaso de la Vega, resultado que garantiu a classificação para as oitavas de final.

Real Potosí 2 x 1 Flamengo – Potosí (4.100m)

Em 2012, o Flamengo voltou a Potosí cinco anos após o trauma de 2007 e com um planejamento diferente. Na época, o preparador físico Antonio Mello viajou com 15 jogadores, como Ronaldinho Gaúcho e Léo Moura, para os 2.800 metros de Sucre, enquanto o técnico Vanderlei Luxemburgo ficou no Brasil com uma equipe alternativa. Foram oito dias de aclimatação ao todo, com treinos no Estádio Olímpico Pátria e trajetos de van para os 4.100m. Os jogadores dessa vez não precisaram dos cilindros de oxigênio, conseguiram jogar e até saíram na frente, mas tomaram a virada e perderam um jogo que contribuiu para a eliminação na fase de grupos.

Bolívar 1 x 0 Flamengo – La Paz (3.600m)

A última vez do Flamengo na Bolívia teve programação parecida com a atual: viagem três dias antes, estadia em Santa Cruz de la Sierra e chegada a La Paz no dia do jogo. A diferença é que aquele time de Jayme de Almeida fez dois treinos na cidade, no CT do Blooming – um deles aberto para a torcida –, enquanto o de Abel Braga treinou domingo no Rio e fará apenas uma atividade em solo boliviano, nesta segunda no Estádio Tahuichi. Mas em campo, o Rubro-Negro sofreu um gol logo no início, não teve forças para reagir e acabou eliminado na fase de grupos.

FONTE: GLOBO ESPORTE.COM

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Marcio Martins martins

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