Em Linhas Gerais

Senador Cassol se Lascou, quer concorrer sub-judice e dificilmente escapará da inelegibilidade – por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

O que não posso, porque não tenho esse direito, é calar-me, seja sob que pretexto for.” FRANCISCO SÁ CARNEIRO (1934/1980), Advogado, político e estadista de Portugal. Morreu na função de Primeiro Ministro, vítima de acidente aéreo.

CASSOL

O Senador Ivo Cassol espalha por todos os cantos que vai disputar o governo no próximo ano. Chega a garantir sua disposição de, caso tenha dificuldades para registrar sua candidatura na Justiça Eleitoral, concorrer sub-judice na esperança de que tudo se possa resolver no TSE, após o pleito. No momento nada está a favor do cacique político rondoniense que é considerado ficha-suja e dificilmente escapará da inelegibilidade.

JOGO RUIM

Ter uma candidatura pendurada na Justiça não é nada bom para agregar aliados ao largo do círculo dos fanáticos e dos militantes de sempre. Cassol sabe mais do que ninguém como é importante virar 2018 com algum mandato eletivo. Se ficar mais frágil do que nos dias de hoje pode marchar celeremente para novas derrotas no judiciário, uma séria ameaça à sua própria liberdade.

Ivo Cassol não é mais aquele robusto político que no recente passado amealhava manifestações de apoio de lideranças importantes no estado. Hoje vive um processo de isolamento. Perdeu tantos aliados políticos que mesmo usando um discurso de oposição (às vezes raivosa) não consegue mais desarmar o ambiente político contra suas pretensões.

SE LASCOU

Ivo Cassol se lascou. Só que ele parece não acreditar. Essa reação é lugar comum entre políticos locais. Certamente vai continuar com a narrativa se colocando como vítima de perseguição para animar os fanáticos e enganar os incautos. Não resta muita coisa a ser feita por Ivo Cassol. Assim, dizer que será candidato em 2018 ao governo estadual é o caminho natural. Não poderia ser diferente.

O BARBUDO

Os grandes caciques (todos eles) da politica rondoniense vivem o tal “Inferno Astral”. Uns são mais cautelosos que os outros. É o caso de Valdir Raupp. Ele deveria ser o candidato natural do PMDB na sucessão estadual. Não é e nem aceita falar disso, nem quando reconhece que sua sigla não tem um nome de peso para a disputa. Depois de pego nas operações da Lava Jato e transformado em réu no STF a situação ficou complicada para o desejo íntimo de Raupp em ser guindado novamente ao governo.

Ele cada vez repete mais a ladainha de que é vítima de perseguição política e não um dos beneficiários da roubalheira que se instalou no Brasil. Só que o eleitor rondoniense medianamente informado parece não acreditar na santa inocência do barbudo. E o próprio Raupp, pelo visto, se dá o direito de mentir, de acreditar nas próprias mentiras, e de chamar de mentiroso todo aquele que diz a verdade contra ele.

REBOLANDO

Vai ter de rebolar para renovar o mandato. Precisa fazer qualquer coisa para isso. Se ficar sem mandato vai sofrer as sérias consequências com as revelações das peripécias que deram origem ao processo (e as investigações) existente contra ele no Supremo. Quem tem a carga pesada de ter se enriquecido nessa enorme safra de propinas repassadas por empreiteiras que roubavam dinheiro público podem ir para numa prisão para o resto da vida.

QUERIAM O QUE?

E dizem, se ao menos corar, que vão melar a investigação contra Temer para (é do baralho!) garantir crescimento ao Brasil e (ôrra, meu!) fortalecer a democracia. A denúncia contra Temer, ao que tudo indica, cairá como caiu a anterior (e pode até custar mais barato – alegre-se, já que a conta é sua). Os adversários de Temer apostavam suas cartas numa denúncia mais sólida, mas de novo houve muita delação premiada e pouca investigação. Engraçado, o aprofundamento das investigações não deveria ocorrer com a abertura do processo no STF? Há um consolo, dizem todos, de que as denúncias serão investigadas quando Temer não for mais governo.

E AS REFORMAS?

Que reformas que nada. Talvez uma simples recauchutagem ou, como se diz, uma maquiagem. Aliás, só uma é certa: mais dinheiro para as campanhas eleitorais.

JUROS DE AGIOTA

Graças ao erro do BC na inflação, o Brasil continua o campeão dos juros. E na contramão do globo. Pelo IPCA de agosto e com a Selic atual (8,25%), os juros reais brasileiros estão em 5,85%, os maiores do mundo. À exceção da Rússia (5,1%), todos os países praticam hoje juros reais abaixo de 2,5%. De novo, trata-se de fenômeno global. Que o BC e o mercado não veem.

FURO DE 100%

Enfim o mercado financeiro passou a alinhar suas projeções à realidade. E a reconhecer uma inflação abaixo do piso (3%) da meta (4,5%) fixada no Conselho Monetário Nacional. O que significa admitir que o Banco Central conduziu mal a política monetária. O furo do BC está em quase 100%, considerando o IPCA anual de agosto: 2,4%. Nem dá para alegar surpresas para justificar a bola fora. Desde o início do ano, o IPCA vem apontando para abaixo da meta.

BAIXA NO MUNDO

A inflação é ínfima no mundo todo: média de 1,8% nos 35 países da OCDE. De fato, a inflação brasileira está convergindo para esse índice mundial por força da internacionalização econômica. É um fenômeno global. Que o BC e o mercado fingem não ver.

NEM PRECISA DESENHAR

A dívida pública no Brasil é uma entidade perversa, controlada pelo mercado financeiro, que drena recursos da sociedade para beneficiar os banqueiros. O Banco Central é apenas moleque de recados dos barões do mercado financeiro. Além das taxas de juros descoladas da realidade, há também o problema do perfil da dívida, altamente concentrada no curto prazo. Esse perfil obriga o Tesouro a rolar a dívida continuamente, tornando-o prisioneiro das vontades dos banqueiros. Uma armadilha mortal.

 

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