Em Linhas Gerais

Os tiros no pé do bolsonarista fake encheu sua candidatura de crateras – por Gessi Taborda

SÓ FOI PUXADO

Primeiro é preciso deixar claro: o coronel Marcos Rocha era um total desconhecido do eleitorado rondoniense. Chegou ao segundo turno para disputar a sucessão estadual pela forte puxada do candidato Jair Bolsonaro. Foi o número da sorte, o 17 que colocou Rocha nessa posição. Ele não foi  e não é – líder de nada, engajado em nada.

DE LUXO

Seu grande feito no mundo civil foi ocupar cargos altamente remunerados no governo do MDB. De pupilo de Confúcio Moura (no quadro de servidor de luxo), o coronel foi escolhido para instrumentalizar o Plano B, imaginado para neutralizar a sentença das urnas contra os falcões do MDB rondoniense.

E deu nisso

chegou ao 2º turno pelo partido de Jair Bolsonaro pronto a jogar a boia de salvação para o time derrotado do MDB, como Raupp, Marinha, Maurão e outros asseclas derrubados no caminho. E ai está uma candidatura puramente fake nascida do viés bolsonarista.

Ninguém sabe (nem seus próprios correligionários) sobre o que pensa o coronel Marcos Rocha sobre Educação, Saúde, Transportes, Obras e até Segurança Pública. Sabe-se apenas que ele era um dos mais bem pagos colaboradores da gestão (??) Confúcio e era tido como o terror de servidores sob seu comando.

PRIMEIRO ERRO

Se o coronel tivesse compreendido sua votação apenas como uma surpresa da força eleitoral de Jair Bolsonaro, possivelmente não se descobrisse tão rapidamente seu verdadeiro papel, como simples alternativa (o famoso Plano B) para evitar a total queda dos emedebistas rondonienses, fragorosamente derrotados nas urnas; dando ao pessoal de Confúcio uma espécie de terceiro mandato.

O erro do Coronel foi buscar uma aliança mais ampla, negociando primeiramente com o esquadrão de Acir Gurgacz, através do satélite comandado por Neodi Carlos, então tido e havido não só como vice do dono do PDT rondoniense, o agora prisioneiro em uma das celas da Papuda, em Brasília. Esse “tiro no pé” foi exposto aqui na própria Em Linhas Gerais, revelando um lado não explorado do coronel que se aproveitou da força do bolsonarismo na atual disputa pela derrubada do lulopetismo no Brasil.

OUTRO TIRO

Como nunca precisou enfrentar a aprovação nas urnas para conseguir os cargos mais bem pagos no serviço público, o militar candidato não está preparado para manifestações. E ai surge um novo tiro no pé. Marcos Rocha dá uma entrevista numa rádio do interior (o áudio e vídeo está no Face), onde confessa de forma clara não estar preparado para governar. E agora José? Se não está preparado como pode acreditar que conseguirá ampliar a votação do segundo turno com milhares de eleitores no segundo turno?

FAKE?

Na sua primeira derrapada Rocha desagradou até companheiros de chapa. A ponto do empresário Jodan (que chegou a ser anunciado, antes da campanha, como o candidato do PSL), de Rolim de Moura, anunciar seu rompimento com o pupilo de Confúcio.

É verdade que Jodan (tido como homem de palavra e respeito) voltou aos braços do coronel, acreditando que sua negociação com o time de Gurgacz e Neodi ou sua submissão aos interesses do MDB era “fake”. E agora que está mais do que provada a contaminação da candidatura do militar com os interesses do MDB, o que fará Jodan?

CONFISSÃO

Essa simbiose entre o candidato a governador do PSL e o time escorraçado do MDB por decisão das urnas foi corroborada pelo próprio Confúcio, eleito senador, numa entrevista a um dos donos do segundo mais importante sistema de comunicação rondoniense. “O coronel Marcos Rocha” disse o filosófico politico do MDB, “é nosso” aliado. E apenas circunstancialmente, acrescentou Confúcio, filiou-se ao PSL.

CRATERAS

O terremoto capaz de enterrar as pretensões de Marcos Rocha – em seu afã de salvar seus amiguinhos do MDB – não ficou só no barulho ou nessas explosões. A candidatura do PSL ao governo rondoniense está cercada de crateras capazes de levar até mesmo quem nele votou no primeiro turno para longe.

Acostumado a dar ordem-unida e não ser colocado como vidraça, Marcos demonstra não ter o menor simancol. E ai fala pelos cotovelos, incapaz de medir as consequências de suas confissões. E assim as crateras vão aumentando os desgastes em torno de seu nome, deixando-o sem salvação até para futuras incursões políticas.

PROPINAS

O coronel bate uma tecla mentirosa em seu programa de TV. A verdade é que, sim, sua chegada ao segundo turno foi surpresa sim, talvez até para ele. Afinal a mídia rondoniense – sempre dócil e comportada em relação aos políticos – nunca cobriu sua campanha pelo viés ético, de ligações com o poder e com supostos desvios.

E ai vem o próprio coronel boquirroto, em pleno segundo turno, dar outro tiro no pé.

E dessa vez, em outra entrevista, confessa que andou recebendo enquanto esteve na administração municipal de Mauro Nazif do PSB, como secretario municipal de educação da Capital , ofertas de propinas. Essas ofertas começaram com valores pequenos, mas foram subindo de preço, até bater no milhão. E ai (pasmem, leitores!) ele garante que não aceitou.

PREVARICAÇÃO

Ora nunca se ouviu falar se essas propostas indecorosas vingaram de verdade e ninguém sabe por que o coronel não as denunciou, não pediu nenhuma investigação, etc, etc. Tá claro que prevaricou. Tá claro que protegeu alguém. E agora, se chegasse ao governo agiria do mesmo jeito?

Como um coronel como esse tenta se comparar a Jorge Teixeira, o coronel que cumprindo uma missão liderou a passagem de Rondônia de território federal para estado? Ou não foi esse o seu objetivo a abrir seu programa no dia 17 com as imagens do saudoso Teixeirão?

CÚMPLICES

E coronel ficou tão alumbrado com a enxurrada de votos desaguados em sua horta pela força do Bolsonaro que mostrou logo seu lado intolerante com uma ação judicial contra o jornalista Gomes Oliveira, do site Folha Rondoniense, tentando calar suas críticas. E assim colheu sua primeira derrota! A Justiça preferiu assegurar o direito à livre opinião e à informação…

O vácuo na campanha do militar do PSL ao governo rondoniense só não (ainda) maior pelo fato de homens reconhecidamente éticos (como Jodan) estarem como grumetes amantes do navio em suas posições, tipo cúmplices, mesmo sentindo a sensação de que tal navio é apenas um Titanic e nada mais.

ATAQUES

Como analista político, encaro como enorme besteira os ataques iniciados pelo babalaô do coronel contra Expedito Júnior, relembrando episódio da cassação de Expedito Júnior do Senado. Ora, o candidato 45 foi vítima de uma armação bem montada pelo derrotado naquela disputa. Bem, Expedito cumpriu sua sentença. Nunca foi acusado por defraudar o erário. Nunca acobertou distribuidores de propinas. E aquele que foi seu algoz quando chegou ao Senado com uma votação consagradora hoje, exatamente hoje, está na Papuda, em Brasília, vivendo numa cela destinada aos ladrões do dinheiro público. E é o mesmo personagem a quem o coronel Marcos foi buscar apoio para a disputa de agora.

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