Em Linhas Gerais

O processo de limpeza da Assembleia e governo não pode ser seletivo – por Gessi Taborda

FALTAM RESPOSTAS

Sou cético com referência às mudanças necessárias para fazer de Rondônia um estado capaz de orgulhar o Brasil, transformando-o num exemplo virtuoso para as demais unidades da federação. Ainda considero nosso jovem estado como o local onde nem as perguntas simplórias não criam o eco que obrigue autoridades dar respostas à opinião pública. Vejamos algumas dessas perguntas:

1 – Até quando os MPs e órgãos de investigação e controle continuarão inermes aos indícios de maracutaias em proverbiais contratos milionários de publicidade em instituições como o legislativo?

2 – Carlão de Oliveira vai comemorando aniversários sucessivos como foragido por mera incompetência das autoridades da polícia judiciária ou por algum acordo tipo “Grande Família” como se diz à boca pequena?

3 – O roubo do dinheiro público no famigerado projeto do Espaço Alternativo já foi esquecido e seus autores continuarão aproveitando os milhões surrupiados aumentando, impunemente, seus patrimônios?

4 – Ninguém será responsabilizado e punido pela destruição do sistema de transporte urbano batizado de “Sim”?

5 – Quem vai pagar pelo inchaço das folhas em esquema do tipo “gafanhotos”, assumido como praxe em diversas instituições do governo, com destaque para o legislativo?

6 – Qual a serventia de entidades como a casa de Cultura Ivan Marrocos além de mero cabide de empregos?

Essas perguntas – de menor calibre – são apenas um demonstrativo de como por aqui as coisas praticamente não mudam nada. Outras perguntas sem repostas serão feitas recentemente para refrescar a memória daqueles “fiscais” que deixam correr frouxo o sistema.

DESAGRADOU

A última coluna, como se esperava, não agradou aos pascácios de sempre. Tou me lixando por isso. O ruim é ter de constatar que os tais (sempre eles!) órgãos do controle externo permanece na grande família onde tudo é como dantes no quartel de Abrantes. Ora, impedir o gasto desnecessário com publicidade canhestra e calhorda para a promoção de meras promessas públicas é o fim da picada!

É claro que não sou de dar milho prá bode e então, deixa os cães ladrarem enquanto a caravana passa. Quem sabe uma hora os tais MPs não resolvam virar o jogo, investigando e propondo o imediato fechamento das torneiras que enriquece pseudos publicitários e seus asseclas (ah!ah!ah!) cada vez mais milionários, mesmo que nessa terra de Rondon a (vá lá!) a publicidade seja essa josta fedorenta!

APARELHADOS

Um dos grandes desafios do governo federal é despetezar a máquina pública. Mas essa situação não acontece só na gestão nacional. Nos estados também isso é coisa corriqueira como é fácil aferir aqui na Rondônia.

Basta passar os olhos nas instituições públicas do estado, em todos os níveis, para ver que o aparelhamento aqui não ocorreu só com o PT.

O estado foi aparelhado também pelos políticos interesseiros, pelos “empresários” calhordas e por todos entes parasitários. O estado sempre foi vítima desses hospedeiros ao longo das últimas décadas. E eles se multiplicaram extraordinariamente com o advento dos “sites”. Quem sabe um dia o MP de Contas e o MP do estado resolva investigar quanto custa isso para os contribuintes!

EXIGÊNCIA

Nessa situação de descalabro há uma justificada apreensão de que o combate à corrupção não saia do discurso retórico e do proselitismo de caserna. E sem um verdadeiro combate à corrupção e aos privilégios não haverá garantia de que chegaremos à verdadeira paz social.

Há uma tácita exigência de que o novo governo dedique-se com o máximo esforço ao plano econômico, ajustando as ações para o crescimento de oportunidades (republicanas) de emprego e renda, e também de estabilidade na vida familiar.

VENCEDORES

E nessas searas, até o presente momento, é impossível afirmar se o governo do coronel Marcos Rocha vai resolver traumas como o aparelhamento de nossas instituições, garantir dignidade aos rondonienses, especialmente com acesso a uma educação de qualidade.

Ainda considero ser impróprio afirmar que o coronel Rocha tenha sido o grande vencedor do último pleito. Explico: o resultado colocando o coronel no Palácio deve ser entendido, a meu ver, como uma vitória dos rondonienses. Eles descarregaram seus votos em Marcos Rocha como um sonoro não às velhas oligarquias representadas até em então pelo Cassol, Raupp e Gurgacz (sem falar no Expedito), uma tróika que ninguém quer e ninguém merece!

CEDO

O novo governador tem de sinalizar de forma concreta seu rompimento com o passado mesquinho de serviçal de títeres do MDB (Confúcio) e PSB (Nazif). Só assim conseguirá dar alívio aos eleitores mais inquietos das forças políticas derrotadas.

É cedo para emitir juízos sobre o novo governo rondoniense. Mas é possível identificar na formação de sua equipe a forte vaidade que sempre acometera recém-eleitos no Estado, sempre encerrando suas carreiras inviabilizando as a agenda de mudanças positivas prometidas na campanha. Se, como os antecessores, o novo governador escalar raposas para tomar conta do galinheiro vai ser muito difícil vermos a inauguração de uma gestão governamental aprimorada e eficiente na alocação de recursos.

ABUSOS

Essa estória de prometer mais investimentos em Saúde, Educação, Segurança, Cultura e mais serviços de qualidade prestados pelo estado é, isso mesmo, simples estória. Todos prometem isso! E quando acaba o governo a sensação que fica é que tudo não passa de promessas da boca pra fora.

Se os abusos do passado (que se tornaram práxis) forem mantidos a gestão do coronel Marcos Rocha vai acabar sendo mais uma longa caminhada de irresponsabilidade e incompetência da gestão dos bens públicos. E ai segmentos burocráticos e sociais (como o Iperon) manterão fechadas suas caixas-pretas.

FURTOS

Quero ver se o coronel vai ter coragem de se impor, com rapidez, coibindo os furtos ao erário, a depredação do patrimônio e o de desvios aparentemente banais em áreas sempre mantidas como feudos de grupelhos acostumados a gravitar em torno dos déspotas palacianos.

PLEITO INCERTO

O próximo pleito municipal me parece ainda muito incerto na maioria dos municípios e especialmente na capital rondoniense. Todavia imagino que o prefeito Hildon Chaves vá disputar a reeleição já que, como se ouve nas coxias, ele promoverá uma mudança no quadro do seu secretariado e do assessoramento principal.

PRECISA MUDAR

O prefeito de Porto Velho está desempenhando seu primeiro cargo eletivo e já sabe que a reeleição funciona mais como um instrumento de “accountability” para a avaliação do governante.

Estudioso das questões políticas, Hildon Chaves sabe que para confirmar uma vantagem eleitoral na próxima disputa tem de promover mudanças no seu “staff” capaz de reduzir a considerável corrosão (natural) de seu desempenho eleitoral obtido na vitória do pleito em que venceu nas urnas concorrentes com maior peso político e experiência eleitoral.

BOM CANDIDATO

É impossível não reconhecer que o prefeito vem conseguindo recuperar o período mais crítico da dilapidação da sua aprovação popular, muito alta no princípio da gestão. Ele pegou, como se sabe, a cidade num processo de degringolação como nunca tinha antes ocorrido, fruto das gestões petralhas e do PSB que destroçaram setores como o do transporte urbano, da saúde e do ambiente de negócio onde setores como o hoteleiro, o da construção civil foram dizimados.

PRECATÓRIOS

Ao enfrentar os gargalos da administração municipal, especialmente na questão econômica com a pacificação do tsunami de precatórios e o enfrentamento da balbúrdia dos contratos, Hildon vai consolidando sua capacidade de disputar uma reeleição como um forte candidato, com tudo para estar presente num segundo turno.

CENÁRIO

É claro que em política as coisas mudam muito, como nuvens, mas nesse cenário não é difícil imaginar uma reeleição, sobretudo após o ajuste do primeiro esquadrão do prefeito, como deve acontecer possivelmente antes do carnaval. Hildon não está – como acreditam seus desafetos – numa encruzilhada!

Não há nesse momento um coalização de forças com nomes de projeção para tisnar seu projeto eleitoral. Se obtiver o bom desempenho na gestão daqui para o fim do mandato Hildon vai chegar lá como o melhor prefeito que a cidade já teve com sucesso popular para obter mais um mandato.

NO AR

Vou deixar outra vez no ar a pergunta feita na coluna desde o ano passado. Quem protege Carlão de Oliveira, foragido da Justiça por vários anos, condenado por líder uma quadrilha de deputados e empresários corruptos responsáveis por um rombo milionário na Assembleia?

 SELETIVA

Seja quem for o próximo presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia não poderá deixar de fazer uma limpeza nas práticas antirepublicanas e antiéticas visivelmente verificadas na casa. Se não der transparência no gasto absurdo da publicidade, que fez surgir um suspeito contrato de 14 milhões, então essa tal limpeza será seletiva. O mesmo vale para as centenas de contratações pelo sistema de comissionados para premiar cabos eleitorais e manter a casa cheia de aspones.

DINHEIRO

Parece que nem todos os deputados derrotados nas urnas vão deixar seus gabinetes na Assembleia com muito dinheiro ou patrimônio. Nos escaninhos da política ouve-se dizer que um desses deputados (chegado a mesa do pano verde) teve de vender luxuoso apartamento por preço de liquidação para afrouxar o nó do pescoço.

Mas não se enganem. A grande maioria está cheio da bufunfa, de fazendas e – dizem – até verdinhas depositadas no exterior!

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