Em Linhas Gerais

Jodan apoiado por Bolsonaro pode converter-se numa surpresa na corrida sucessória rondoniense – por Gessi Taborda

BOQUINHA

Política em Rondônia acompanha o mesmo figurino de todo o Brasil, atraindo para seu meio uma grande parcela daqueles interessados em arrumar uma boquinha para o enriquecimento rápido. E assim, segundo fonte bem informada, deverá ser recorde o número de vereadores que querem ser deputados estaduais ou federais. Da Câmara Municipal de Porto Velho, de acordo com a mesma fonte, pelo menos 14 vereadores vão tentar uma vaga nos parlamentos mais altos. A chuva de candidatos na disputa rondoniense é artificial e maior parte dos vereadores que irão se aventurar na disputa desse ano não são competitivos.

PALAVRA

O prefeito Hildon Chaves vai avançar mais do que espera seus próprios aliados em relação ao resgate de seus compromissos de campanha. Foi exatamente por se comprometer a resgatar a cidade de anos de incúria, incompetência e corrupção – para não se dizer simples roubo do dinheiro público – que Hildon Chaves bateu grandes caciques da política portovelhense e se tornou prefeito da capital de Rondônia com uma votação histórica.

Politicamente há um consenso entre os aliados do prefeito de que ele agiu certo eu não entrar na disputa da eleição desse ano. Ele não pode ser tachado de traidor dos eleitores a quem prometeu ficar na prefeitura até o fim do mandato. Ao promover o deslanchamento das obras comprometidas com a população ainda nesse ano, Hildon vai concluir seu mandato com cacife para galgar novos degraus na política rondoniense transitando com folga no seio do eleitorado.

PERVERSIDADE

Michel Temer vai passar para a história como o ocupante do governo brasileiro mais desprezado pela nação. E mesmo assim ele teve a cara de pau de fazer um pronunciamento nesses dias defendendo sua gestão como uma das mais profícuas, apegando-se ao slogan dos tempos de Juscelino, quando afirmou sem se corar que fez mais em 2 “anos de governo do que em 20”. Tudo isso reforçando a ideia de que Temer ainda não desistiu do sonho de ser candidato do MDB à sua própria sucessão.

O momento de caos vivido pelo país mostra a vastidão da perversidade do MDB (com Temer) no governo, especialmente na economia, cada vez mais erodida com as sucessivas altas do dólar. A única coisa que Temer (como demais governantes do MDB de estados como RJ e RO) fez bem foi salvar a própria pele das denúncias de prática da corrupção, comprando apoio de parlamentares para melar as investigações.

OBRAS PARADAS

Graças aos desmandos de Temer e à submissão de parlamentares (como a maioria dos membros da bancada de Rondônia) a realidade tenebrosa está para quem quiser enxergar. O Brasil tem hoje 1.651 obras entre médias e grandes paradas, o que inclui rodovias, ferrovias, hospitais e até creches. Isso é um absurdo para um país que tem reservas de US$ 382 bilhões.

O MDB praticou um governo com a marca do salvem-se os palacianos liderados por Temer e dane-se o resto. Em proporções menores, foi também isso o que ocorreu no governo rondoniense. Fora a meia dúzia sempre privilegiada, a maioria, especialmente da área de Segurança e Educação, perderam feio.

SUCATEAMENTO

As Fake News implicam no sucateamento do jornalismo, um ofício historicamente responsável por apurar e expor os fatos, sem julgamentos. Em Rondônia fabricantes de Fake News são, em grande parte, jornalistas sem ética, meros mercadores de profissionalismo questionável, mais interessados em receber seu quinhão da mídia paga pelas instituições públicas do que na apuração dos fatos. A dignidade do jornalismo está na busca da verdade, no rigor da apuração e na clareza da narrativa, entre outras qualidades que caracterizam a atividade. Coisa rara em Rondônia.

NOVIDADE

O empresário de Rolim de Moura (terra geradora de governantes no estado rondoniense) José Atílio Salazar, conhecido como  Jodan, é a mais recente novidade no cenário da disputa da sucessão estadual. Ele não chega a ser neófito na política, pois – como se sabe – já concorreu numa disputa pela prefeitura da cidade de Valdir Raupp e Ivo Cassol, ficando em 3° lugar. Mas tirando isso Jodan é marinheiro de primeira viagem numa disputa de porte.Mesmo assim, apoiado por Bolsonaro pode converter-se numa surpresa na corrida sucessória rondoniense.

ENVENENADO

O eleitorado de Rondônia vive uma condição de disputa suis-generis manipulado por uma mídia sem credibilidade diariamente. Só que essa mídia está no redemoinho do desvario galopante promovido por candidatos “profissionais” tipo Acir Gurcaz, Ivo Cassol e Maurão de Carvalho, todos afastados das questões centrais e decisivas para o desenvolvimento de Rondônia.

Há espaço sim para alguém capaz de fazer contraponto à “revolução colorida” que deve entrar na defesa dos chamados candidatos alternativos e também ao discurso já batidos dos candidatos das grandes siglas. Se um nome com condições mínimas, no aspecto econômico e na disputa eleitoral, conseguir demonstrar-se capaz de quebrar essa tal de agenda do politicamente correto poderá conseguir um enorme apoio popular.

SEM MANDATO

Em uma pesquisa que deve ser divulgada ainda nesta semana pelo Instituto Locomotiva, 81% dos eleitores declararam preferir votar em quem hoje não exerce mandato. Esse desejo de mudança do eleitorado nacional pode ser um estímulo para aqueles que entrarão na eleição desse ano pela primeira vez. Historicamente, o índice de substituição de políticos rondonienses no segmento parlamentar não tem ultrapassado os 50%. A dificuldade de renovação começa nos partidos, onde é feito para não renovar e, assim, aumentar as chances de velhos políticos.

DÓLAR

Qual o significado da disparada do dólar para os a maioria dos brasileiros? Ela deve ser vista como um importante sinal de alerta. Se o Brasil não fizer as reformas necessárias para ajustar as contas públicas, será engolfado por uma crise semelhante à que obrigou a Argentina a elevar os juros para 40% ao ano e a pedir socorro ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Não adianta alimentar muito otimismo sobre o que virá por ai: Temos fragilidades que nos tornam vulneráveis num mundo cada vez mais avesso ao risco. Afinal, as contas públicas estão em frangalhos. Este será o quinto ano seguido de deficit, que pode atingir R$ 159 bilhões. Na melhor das hipóteses, as finanças federais só sairão do vermelho em 2021. Isso, se o próximo governante assumir compromissos claros e firmes com reformas.

INDEFINIÇÃO?

Ainda tem personagens políticas ansiosas para entrar de verdade na disputa pelo governo aguardando uma definição clara do caminho a ser seguido pelo ex-senador Expedito Júnior. Tem gente apostando que Expedito vai preferir disputar uma cadeira no senado confrontando Ivo Cassol, se este conseguir ser candidato à reeleição.

Mas certamente Expedito Junior está monitorando de perto a evolução do quadro e deve saber que nunca teve uma oportunidade tão boa para caminhar no rumo do Palácio Rio Madeira, onde fica a sede do governo de Rondônia. Até o momento – mesmo estando num partido em decadência moral em nível de país – Expedito é possivelmente o único nome com densidade eleitoral alta em todo o Estado que pode defender propostas transparentes para ajustar o governo rondoniense às dificuldades econômicas do futuro próximo.

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