Em Linhas Gerais

Fruto da irresponsabilidade eleitoral, governador tá igual cego em tiroteio – Por Gessi Taborda

MAIS PERTO

Estamos cada vez mais perto da virada do ano. O colunista estava pensando em dar uma paradinha para voltar só no próximo ano. Mas mudou de opinião. E assim essa é a coluna de despedida de novembro. Principalmente para registrar que mesmo na iminente mudança do governo, Rondônia caminha sem notícias verdadeiramente relevantes. Essa pasmaceira não é bom sinal. Até agora não dá para afirmar que as tão desejadas mudanças para o desenvolvimento do estado estão a caminho. Resultado de um processo eleitoral em que se escolheu o futuro governador não pela razão, mas pela emoção.

A completa falta de notícias sobre a formação do novo governo vai servindo para consolidar a ideia de que verdadeiramente a população entregou o governo ao Coronel Marcos Rocha irresponsavelmente, enfeitiçada pelo número 17.

DESEMPENHO

Embora o colunista não tenha votado no coronel Marcos Rocha, o desejo é poder escrever sobre o novo governador de forma positiva, mas, confesso, tá difícil exatamente pelo demonstrado nesse período de transição. Com a escalação até agora de um time de várzea, não dá para afirmar que o governo deixará de ser um ninho de medíocres incapazes de fazer com que a economia cresça. Ninguém sabe ao certo o que pensa o novo governador sobre a economia rondoniense e as propostas para a transformação social do estado.

PODE PIORAR      

Se o governador eleito no tsunami do 17 não demonstrar uma verdadeira obsessão pelo crescimento e modernização da nossa economia, não vai manter por muito tempo a esperança do povo nas transformações culturais, políticas e econômicas existentes nesse momento em que a gestão do estado muda de mãos. E se o governo não entender isso vai acabar colapsando-se em áreas muito sensíveis, como a Saúde, a Educação, a Segurança e a geração de empregos. Se hoje a situação não é nada confortável, ela pode piorar muito se o governo não estiver cercado de um primeiro escalão capaz de inovar positivamente, respeitando dogmas éticos e de combate à corrupção, com capacidade de cumprir metas e propor alternativas para corrigir os rumos do Estado. E se piorar, o prazo de validade do novo governo pode entrar em colapso. O coronel Marcos Rocha é inexperiente na movimentação do mundo político. Vai enfrentar enormes dificuldades, daí a necessidade de acertar bastante no nível da indicação dos nomes que comporão seu governo.

DIFERENTE DO JAIR

E assim chegamos ao fim de novembro sem a moldagem do futuro governo. O coronel, como se vê, não segue os passos do capitão Bolsonaro, não se guia pelos seus exemplos. Enquanto Bolsonaro está no fim da escalação do ministério, com um time de primeira linha, aqui em Rondônia as dificuldades da montagem do time estão do mesmo jeito de quando começou o período de transição. E não há mais tempo a perder.

BOAS INTENÇÕES

Quero crer que o novo governador está coberto de boas intenções para assumir o comando da gestão estadual. Boa intenção não significa muita coisa. Tomara que o coronel esqueça sua ligação com o antigo governo do MDB (no nível do estado) e do PSB (no nível municipal) e acabe sendo um ponto fora da curva na práxis de ambos os seus mentores, surpreendendo positivamente a população rondoniense.

A coluna vai torcer pelo sucesso do governador eleito, esperando que ele aceite a ideia de que precisa aprender o múnus do cargo num curto espaço de tempo. Ter boas intenções é bom sem ser solução: como dizia minha mãe, o caminho do inferno está constantemente cheio de pessoas com boas intenções.

PÉS NO CHÃO

Tomara que o novo governador conduza o Estado com os pés no chão, não deixando-se levar pelas tentações de administrar uma enorme máquina, cercada pelos mais bizarros interesses, pela luxúria antirrepublicana com os especialistas em sugar o Erário.

Se não tiver o cuidado devido, o coronel Marcos Rocha poderá ser apenas mais um a escrever uma triste história que transformou em malfeitores alguns nomes que antes dele ocuparam o Palácio do Governo, alguns condenados pela Justiça ou assombrados pelo risco de ir viver em algum presídio daqui a alguns anos.

IMPERIOSA

Não há como negar: levando-se em consideração tudo o que se fez na Assembleia Legislativa na legislatura terminal, é imperiosa a necessidade dos órgãos do Controle Externo, como é o caso do MP, investigar os ralos por onde recursos do contribuinte foram drenados para interesses de pequenos grupos e para o enriquecimento ilícito especialmente na área da publicidade.

É preciso reparar os danos causados ao contribuinte pelo absurdo desperdício de dinheiro. Como aceitar que um poder como o Legislativo possa fechar contrato de publicidade no valor 14 milhões de reais? É não só um absurdo (nem grandes cadeias do varejo gastam tanto) como um tapa na cara das autoridades que têm obrigação de defender o suado dinheiro do contribuinte.

NOVA SEDE

Também precisam ser investigadas pelo MP as denúncias de suposto superfaturamento nas obras da suntuosa sede do parlamento que, consta, será inaugurada no novo ano, mesmo sem o “habite-se” ainda inexistente. Na Assembleia tudo grita por uma investigação dos órgãos competentes. Até mesmo no inchaço da folha de pagamentos, especialmente com a figura dos aspones e dos comissionados que, como consta, ultrapassa em cinco vezes o número de servidores estatutários.

LENIENTE

Possivelmente os órgãos de controle externo em Rondônia não agem com a mesma desenvoltura de órgãos similares de estados como RJ, MG, PR, DF entre outros, pelo fato da própria imprensa rondoniense se manter leniente na vigilância de governantes e políticos do estado.

Ninguém aqui fala nada contra os interesses dos “tycons” da política estadual. Não se divulga nada sobre os desdobramentos das ações de políticos presos, como é o caso de Acir Gurgacz (dono do Diário da Amazônia) ou de Nilton Capixaba. Assim como nada se divulga sobre o feito histórico de Carlão de Oliveira, ladrão de milhões de reais da Assembleia foragido por anos a fio; uma vergonha para o Judiciário e para o próprio sistema de segurança estadual.

PRESIDENTE

E com tudo isso fervilha nos bastidores da Assembleia informes sobre o esquemão gestado para dar ao filho do foragido Carlão, o deputado Jean, o comando da Casa na próxima legislatura. A imprensa amestrada, como sempre, se faz de surda e cega perante isso.

DISTORÇÕES

Manchete publicada no site de notícias folharondoniense.com.br dá conta de que o governador eleito Marcos Rocha não demonstra interesse em construir um bom relacionamento com a imprensa. É como a coluna esperava: da forma como ele está fazendo na montagem do governo no período de transição, sem permitir que a população saiba o que anda acontecendo, Marcos Rocha não está sendo conciliador. O governador deveria compreender que a busca pelo melhor é essencial. Há uma expectativa popular de que o próximo governador vai resolver os principais problemas de Rondônia. Como nunca governou e nem participou efetivamente da política, cabe ao coronel entender que no seu novo cargo não estará vivendo a realidade da caserna.

AUTOR: GESSI TABORDA – COLUNISTA EM LINHAS GERAIS

JORNALISTA

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