Em Linhas Gerais

Em 2020 partidos que davam as cartas continuarão no processo de declínio – Por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

“O meu ideal político é a democracia, para que todo homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado”. Albert Einstein, físico alemão.

EDITORIALZIM

Ao longo dos mais de 40 anos que acompanho a política, fico pensando se é possível mesmo aparecer alguém que consiga romper com todas as barreiras impostas a se fazer algo limpo.

Claro que há na política (embora não pareça) gente boa e bem intencionada. São pessoas limitadas dentro do próprio meio. Mesmo que se acredite num projeto político idôneo, voltado ao interesse público, à mudança, ao diálogo, à transparência, é possível colocar essas ideias em prática? É possível tocar em feridas sem sair machucado?

O sistema não ajuda, nem em nível de Brasília e muito menos aqui, na planície.  A partir do momento que um Congresso tem mais força que um presidente da República, difícil os mandatários não acabarem reféns. Porém, o inverso (como já vimos no Brasil nos anos de chumbo) também é perigosíssimo. Um presidente com ultrapoderes, sem possibilidade de ser questionado, seja pelo parlamento, seja pela imprensa, ou por qualquer outro mecanismo de fiscalização, é um retrocesso. Então, qual a saída?

Repito: os bons conseguirão quebrar paradigmas sem correr o risco de serem derrubados somente porque afetaram interesses dos grandes? É quase um beco sem saída.

E digo mais. O eleitor, também, não ajuda. O prefeito pode ser honesto e administrar bem as contas públicas, mas se ele não asfaltar o pedacinho da rua que atrapalha o munícipe, pouco adianta os grandes feitos. A população olha ao seu redor. Nós olhamos só para o nosso umbigo. Assim que é. É lamentável um país que dá valor ao “rouba, mas faz”.

No entanto, as decepções que vivemos ano a ano não devem levar ao desencorajamento. Alguém sempre tem que estar disposto a enfrentar a tenebrosa política partidária. A política, em si, é maravilhosa. A que tem partido é a que geralmente descamba pro esgoto. As eleições 2020 estão aí e temos nosso papel social na hora de depositar o voto.

ELEIÇÃO 2020

Falta menos de um ano para o primeiro turno das eleições em que serão escolhidos prefeitos e vereadores. O primeiro turno das eleições municipais de 2020 está previsto para 4 de outubro, e o segundo turno em municípios com mais de 200 mil eleitores (caso específico de Porto Velho) deverá acontecer em 25 de outubro do próximo ano.

Certamente a onda que varreu o Brasil levando Bolsonaro para presidência da República ainda terá influência na manutenção do movimento conservador como protagonista da disputa do ano que vem.

DECLINIO

Isso vale dizer que novos personagens que passaram a transitar pela passarela da política deverão se reencontrar na disputa municipal em diversas cidades rondonienses. Com isso posso constatar que mais uma vez aqueles partidos que ao longo dos últimos anos davam as no jogo eleitoral vão continuar na sua rota de declínio. Eles sofrem com as feridas mais recentes e com suas próprias desorganizações internas.

A maioria desses partidos dominados por caciques conhecidos não estão preparados para as mudanças significativas do pleito de 2020, regido por uma nova legislação. As eleições do próximo ano vão ser mais difíceis para quem pretende se eleger vereador. Isso pelo simples fato de que no próximo ano vai vigorar o fim das coligações proporcionais, anulando de vez aquela figura do puxador de votos.

LISTA COMPLETA

Com a alteração, cada partido precisará apresentar uma lista completa com candidatos a vereador, sem se coligar com outras legendas. Pelo que consta, em Porto Velho os partidos poderão lançar até 35 candidatos concorrentes a uma cadeira na Câmara Municipal. A mudança deve reduzir, ao menos no âmbito de coligação, a força dos chamados “puxadores de voto”, candidatos conhecidos que faziam alta votação e conseguiam eleger com eles outros nomes da coligação com poucos votos.

Ao mesmo tempo, a regra vai exigir de cada grupo partidário nomes fortes e uma relação mais sólida para conseguir atingir boa votação geral e garantir mais cadeiras pelo quociente eleitoral. Para os partidos pequenos, a alteração deve aumentar a dificuldade de eleger nomes na proporcional em chapa isolada em comparação às coligações feitas em anos anteriores.

DESAFIO FEMININO

Outro desafio será atrair mais mulheres para a eleição proporcional. A lei exige que cada partido tenha pelo menos 30% das candidaturas ocupadas por concorrentes do sexo feminino, e desta vez sem poder contar com candidatas de partidos aliados para cumprir a cota, que antes era atribuída à coligação como um todo. Soma-se a isso uma fiscalização mais firme contra as chamadas candidaturas-laranja, que buscavam apenas cumprir a cota de gênero. É o fim para aqueles partidos que estavam acostumados a eleger candidatos à reboque nas coligações com partidos maiores.

TEMA EVITADO

O prefeito Hidon Chaves, de Porto Velho, é cotado como possível pré-candidato à reeleição mas não fala sobre o tema, embora esteja constantemente nas ruas acompanhando obras em desenvolvimento e mantendo uma aproximação cada vez maior com os munícipes. Hildon ainda faz parte do PSDB rondoniense, pelo qual conseguiu seu primeiro mandato eletivo.

NOVO PARTIDO

Enquanto se mantém focado “na prefeitura” comandando um soberbo programa de obras viárias e de melhorias urbanas, se amplia em torno dele as especulações de mudança de partido. Essa situação está só no campo das conjecturas. Gente próxima do prefeito garante que ele anda animado com a possibilidade de disputar a reeleição, mas, registre-se, há opiniões divergentes.

ESQUERDAS

Nas disputas majoritárias, a legislação continuará permitindo alianças entre os partidos. Em se tratando de Porto Velho, no campo da esquerda há uma dúvida se os partidos vão se unir em uma frente ampla ou lançar candidatos isolados. Certamente partido como o PSOL já tem o seu candidato (Pimenta de Rondônia). O PT deve lançar seu próprio candidato, mas o nome a ser escolhido permanece um mistério. Dizem que PDT e PCdoB pretendem construir novamente uma candidatura. Consultadas, suas fontes preferem não adiantar nomes.

A imprensa adora especular nomes de pré-candidatos. E vão de Edgard do Boi (atual vice-prefeito de Porto Velho) ao ex-deputado Lindomar Garçon, que prefere, segundo seu fiel correligionário Euzébio Lopes, simplesmente ser vice.

COBIÇADO

Essa é a realidade nesse momento: Hildon Chaves está sendo cobiçado por todos os lados numa eventual troca de partido.

LIMITE

Presidente Jair Bolsonaro anunciou um novo limite para compras em free shops, as lojas de aeroportos. O novo valor é de US$ 1 mil, contra os US$ 500 permitidos atualmente. A cota de compras no exterior continuará sendo a mesma de US$ 500. De acordo com a equipe econômica do governo, existe um acordo com o Mercosul que impede o aumento desse limite. As compras no Paraguai, porém, sobem de US$ 300 para US$ 500.

BOA NOTÍCIA

De acordo com dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), as contratações de temporários para o último trimestre do ano devem aumentar 28% em comparação com o mesmo período de 2018. Os novos empregos deverão atender à demanda do setor em datas como Black Friday e Natal. A pesquisa também apontou que as categorias que deverão alavancar as contratações são lojas de calçados (65%), vestuários (62%) e brinquedos (57%).

AUTOR: GESSI TABORDA –  COLUNISTA EM LINHAS GERAIS –  JORNALISTA

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