Em Linhas Gerais

Confirmação da “troika” do (P)MDB dificulta mudanças na política de Rondônia – Por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

Apenas devia ser possuidor quem tem espírito: não sendo assim, a fortuna é um perigo público.” Friedrich Nietzschefilósofo alemão.

FORMATO

Depois de mais um período de recesso estamos de volta com a coluna, mantendo seu compromisso de (preferencialmente) analisar cenários da política, para propiciar aos eleitores um estímulo ao debate fundamental em ano reservado a eleição de candidatos ao governo e ao legislativo. E certamente, nesse novo formato da coluna dedicamos ao tema amplamente divulgado na semana que passou: a confirmação dos candidatos majoritários pelo (P) MDB de Valdir Raupp.

SUBLEGENDA

Tomás Correia, presidente do partido, confirmou a “troika” encimada com o nome do deputado Maurão de Carvalho (presidente da Assembléia rondoniense) como candidato ao governo do estado, e os nomes de Valdir Raupp (o cacique maior da sigla) e Confúcio Moura (ainda governador) como candidatos ao Senado. E ai criou-se a primeira dúvida na cabeça do eleitor: esse ano vai funcionar a sublegenda na disputa pelo Senado? Afinal, sem a sublegenda como o partido poderá ter dois candidatos disputando o cargo de senador?

CONTRÁRIAS

Enquanto não se esclarece esse ponto, algumas certezas estão reveladas com a decisão de se garantir (???) ao deputado Maurão a vaga para concorrer ao governo. Com essa “troika” o partido do barbudo senador de Rolim renuncia a participar de um tempo novo na política da paróquia rondoniense. Se depender do (P)MDB uma nova cultura política para Rondônia está derrotada e inviabilizada. Afinal, Maurão de Carvalho não é e nem será uma alternativa de governo para abrir um novo ciclo em favor do desenvolvimento rondoniense.

AVESSO

Na chefia da Assembleia mostra-se avesso ao espírito reformista. Ali seus atos corroboram simplesmente sua dedicação a coordenar uma agremiação de interesses individuais.

Presidir a Assembléia foi o primeiro grande cargo de Maurão. Ali suas decisões são contrárias aos preceitos republicanos e a dogmas constitucionais. Na presidência da ALE segue os cânones habituais de antecessores que inclusive foram condenados pela Justiça por vários escândalos. Alguns presos, outros foragidos.

SEM EFICÁCIA

Embora a cúpula do partido tenha tentado anunciar a “troika” com certo estardalhaço não dá para acreditar que esse arranjo seja mesmo definitivo; que possa durar até a data das convenções para escolha dos candidatos. Internamente nem tudo vai bem no partido de Raupp. A confirmação de dois candidatos da sigla na disputa pelo Senado é um forte indício do desarranjo interno. Essa alternativa teve o objetivo maior de evitar uma debandada de nomes peemedebistas que poderia hipoteticamente ocorrer com a saída de Confúcio Moura.

CARÊNCIA

A “troika” anunciada por Tomás Correia como definitiva simplesmente sinaliza que o (P)MDB comandado por Raupp no estado sofre carência profunda de nomes que possam reeditar a antiga glória desse partidão.

A garantia dada agora a Maurão não é imutável. Os peemedebistas consolidados sabem que o parlamentar pastor nunca foi uma figura de relevo no meio político. Todavia nesse momento seu nome caiu como luva: afinal o deputado não é de criar conflitos caso venha a ser substituído no último momento. E certamente daqui para definição final vai haver muitas conversas para saber até que ponto a “troika” deve ser mantida com eficácia…

DESUNIDO

O colunista acha cedo para fazer prognósticos. Afinal nessa caminhada pode surgir alguém com uma visão de política diferente dos políticos tradicionais. O (P)MDB continua sendo um partido grande, com muito tempo de tv e nem assim escapa de um futuro nada promissor, exatamente pelo envolvimento de seus nomes mais importantes no vendaval de corrupção do país.

Com o lançamento dessa “troika” tornou-se perceptível que o partido não deverá caminhar para a disputa eleitoral desse ano de forma unida para enfrentar os conflitos.

SEM CAUSA

Afinal em política há uma sentença definitiva: “Quando o partido não tem causa ele fica mais desunido”. E até agora nem Tomás Correia, um dos ideólogos do (P)MDB conseguiu sinalizar qual é “a causa” pela qual sua sigla vai lutar.

Ao escolher um político tradicional e acostumado às velhas práticas, o partido de Tomás Correia perdeu a oportunidade de ter a tão necessária lufada de ar fresco na disputa pelo poder rondoniense.

O deputado Maurão de Carvalho deve estar acreditando que superou os obstáculos para sua indicação como candidato ao governo. Ele não tem os atributos do timoneiro e por isso deveria dormir com um olho aberto. Se não unir o partido em torno de seu nome sofrerá sucessivos desgastes, podendo ser descartado.

COMUNICAÇÃO

Tá certo que Maurão não terá dificuldades maiores em mobilizar a maioria dos deputados para apoiar sua aventura. É só manter aberto o cofre da Assembleia e atender os interesses paroquiais de seus pares, especialmente com o inchaço da folha de servidores, através das contratações de comissionados que certamente irão funcionar mais como cabos eleitorais.

Mais complicado será para o cabeça da “troika” do (P)MDB enfrentar o discurso dos candidatos de Oposição. Maurão é homem de cultura limitada, terá dificuldades de comunicação com o eleitorado mais exigente e não conseguirá conquistar corações e mentes.

POPULISTA

Deixar de lado o messianismo evangélico (numa sociedade de forte catolicismo) será muito difícil para ele que nas bibocas do estado ganhou notoriedade como pregador. Se pela falta de comunicação vai ser difícil ganhar confiança do eleitorado de nível médio, mas difícil ainda será conquistar a própria sigla. Afinal, Maurão está no (P)MDB por conveniência, nunca foi desse partido, sempre foi um reles populista.

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