Em Linhas Gerais

Ao devolver 50 milhões para o tesouro, ALE/RO demonstra receber mais do que precisa – Por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

“O poder não corrompe o homem; é o homem que corrompe o poder. O homem é o grande poluidor da natureza, do próprio homem, do poder. Se o poder fosse corruptor, seria maldito e proscrito, o que acarretaria a anarquia”. ULYSSES GUIMARÃES. Político brasileiro nascido em 1916 e falecido em 1992.

EDITORIALZIM

É de se entristecer, mas não há como negar a realidade. É bem provável que a atual legislatura estabeleça uma marca histórica quanto a converter-se no maior núcleo gerador de indignação e repúdio da cidadania, após ter surgido de um processo eleitoral auspicioso e completamente diferente das eleições anteriores realizadas a um custo financeiro antes imaginável. E dessa práxis não escapa nem os legislativos estaduais, como o rondoniense.

Graças à direção errática, a manutenção da agenda incoerente e os despropósitos continuados não há como botar fé no sistema que mantém na sua estrutura os mesmos personagens do passado podre onde interesses de bancadas e partidos estiveram sempre acima dos interesses dos cidadãos pagadores de impostos.

De onde vem o personagem aquinhoado com o cargo de diretor geral da ALE? Veio da militância do petismo interiorano, tendo servido a presidentes do parlamento inexpressivos, politicamente falando, ou condenados por corrupção. Certamente ninguém esperava o continuísmo errático que tinha feito das legislaturas anteriores o pérfido ninho de impunidade. A manutenção do antigo aríete de corrompidos do passado no comando administrativo do poder parlamentar sinaliza que aos atuais membros do poder pouco importa se manter o clima do passado, apesar dos fatos determinados por ações de investigação do MP, da PF e das sentenças condenatórias do Judiciário.

A afirmação dada a conhecer de que o Legislativo devolveu ao estado uma soma de 50 milhões apenas realça a realidade de uma instituição perdulária, que recebe e gasta mais dinheiro que o necessário para funcionar. Porque não devolveram nos anos anteriores esses valores milionários? Ah! Não havia a crise da pandemia de hoje, devem justificar os perdulários senhores que manejam o orçamento milionário à sua disposição.

As coisas mais bizarras em termos de desperdício do dinheiro público tornaram-se praxe ao longo dos anos da existência desse Legislativo exatamente pela sensação de estar livre de fiscalização. Escândalos como o das passagens áreas e até o das folhas paralelas deixaram marcas indeléveis de que a idoneidade nunca pesou de verdade.

A própria morosidade em substituir comissionados por servidores aprovados em concurso público prova claramente que os atuais deputados, eleitos com a esperança de que iriam promover as mudanças necessárias, continuam o sistema antigo que sempre velou mais por agendas sectárias e clientelísticas. Pode ser que em dado momento surja uma luz na cúpula do comando do parlamento levando-o ao encontro de medidas e fundamentos do sentido verdadeiro do que deve ser o parlamento.

Até o momento, mesmo com o estorno de uma pequena parcela do orçamento, não se afasta a certeza de que a avidez pela obtenção de ganhos rápidos e de vantagens excepcionais ao custo da penúria dos cidadãos ainda não acabou. Como não acabou também a maneira errada de conviver com as críticas. No passado também foi assim. Os presidentes que acabaram na cadeia, processados ou como foragidos também consideravam as críticas como um ataque pessoal. Nunca aprenderam com as críticas que os alertaram para a debacle.

Ao contrário de espalhar ameaças usando os velhos esquemas do passado onde desqualificados da mídia aceitavam fazer parte dos nefandos esquemas de perseguição, os deputados atuais deveriam aprender com a crítica independente e usando os alertas para melhorar a instituição que tem obrigação de defender os interesses dos cidadãos-contribuintes-eleitores. Se o objetivo dos deputados fosse o de trabalhar pelo povo, deveriam bendizer as críticas feitas a eles e não desejar apenas o elogio fácil que alimenta seus egos.

LIÇÕES

Que lições podemos tirar para as nossas vidas dessa pandemia do Covi19? Primeiramente o vírus mostrou como somos frágeis como seres humanos. O fechamento de todos os estabelecimentos onde acreditávamos fortalecer os laços de amizades nos fez considerar uma possibilidade esquecida por muitos: o prazer de ficar em casa! Isso era algo considerado estranho no nosso jeito corrido de viver. Voltamos a descobrir que o mais importante é estar com a família, com as pessoas que amamos. Esse tempo todo da quarentena nos fez recordar que tudo aquilo que nos ocupava não tinha sentido sem a companhia de nossos entes queridos.

As igrejas fechadas nos fizeram recordar que as igrejas somos nós mesmos, e que somos essa igreja ao tomarmos a mão de nosso cônjuge e filhos para orarmos juntos, meditar na palavra de Deus, fortalecendo nossa fé.

Um pequeno vírus arrancou a luz de todos os nossos medos e revelou nossa verdadeira impotência. E fez isso sem levar em conta ideologia, classe social ou gênero. Derrubou tudo aquilo que nos dividia ou que permitíamos que nos dividissem. Nos fez refletir ao fato de que não são as posses que nos dão valor, e sim o que somos: seres humanos.

REPENSARMOS

Essa pandemia nos fez repensarmos sobre o mais importante da vida. Tornou secundárias coisas materiais pelas quais trabalhamos tanto. Hoje o único pelo que rogamos é que o vírus não nos alcance e a ninguém de nossa família, pois começamos a dar o justo valor à vida.

Esse momento serviu também para aflorar em cada um de nós aquelas virtudes que nos faz humanos, a solidariedade, a compaixão e a unidade. Se tínhamos esquecido de pensar no próximo, agora o vírus nos obriga a isso, a pensar na família, nos vizinhos, em todos. Isso é deixar de lado o egoísmo extremo, o individualismo. Temos de cuidar uns dos outros, dos anciãos e dos mais vulneráveis.

RETORNO

A família ganhou uma chance de voltar aos tempos em que era o grande núcleo da sociedade. Podemos voltar ao tempo em que a reunião em torno da mesa, onde se dava as grandes conversas, onde toda a família expunha suas dificuldades e suas satisfações está voltando no novo ajuntamento familiar.

O distanciamento social para evitar a contaminação faz que nos valorizemos outra vez a companha nessa temporada em que a saudação de mãos e de abraços sinceros se tornaram escassos e proibitivos. Mas o verdadeiramente importante é que essa pandemia fez com que toda a humanidade voltasse seu olhar para Deus. Nos recordamos que Ele continua tendo o controle de tudo e que somente Ele pode nos salvar. Esse tempo nos motivou a orarmos e a nos humilharmos perante Sua soberania.

Alguns chefes de governo (como o presidente do Brasil) compreenderam essa situação e passaram a chamar seus compatriotas à oração, ao jejum, e isso faz muito bem ao cidadão consciente de sua obrigação com o Eterno. Os cristãos além de orar tem a obrigação de viver de forma consciente, sendo os primeiros a obedecer as ações de prevenção da doença, sendo também os primeiros a se solidarizar-se com os necessitados.

PESTE NEGRA

Quando Martinho Lutero enfrentou a peste negra, há 500 anos, escreveu: “Pedirei ao meu Deus misericordiosamente que nos proteja. Logo irei ajudar a purificar o ar, irei administrar os remédios e também os tomarei. Evitarei lugares e pessoas onde minha presença não seja necessária para não me contaminar e, portanto, não contaminar outros causando suas mortes por minha negligência. Se Deus quiser levar-me, seguramente me encontrará sabendo que fiz o que Ele esperava de mim, porque não sou responsável pela minha própria morte nem pela morte dos demais.

Certamente, se meu vizinho necessitar de mim, não evitarei nem o lugar e nem a pessoa. Irei a ele livremente. Isso pela fé de um homem temente a Deus, que não descarta em nenhum circunstâncias seus ensinamentos e suas ordens”.

SEMANA SANTA

Estamos à porta de uma Semana Santa inédita pelo impacto do Covid19. Muitas das expressões populares de devoção serão, certamente, afetadas. Não haverá procissões ou ofícios religiosos públicos; tão pouco haverá a opção de viagens às praias ou aos santuários mais famosos. As restrições sanitárias estão em plena validade em praticamente todo o Brasil.

A causa das restrições sanitárias constituem a única alternativa para estados e municípios como o nosso onde, no geral, os sistemas de Saúde estão em pandarecos pelos anos de descuido, do verdadeiro latrocínio e desmanche provocados por políticos e comerciantes inescrupulosos a quem pela época, corresponderiam o papel de autênticos Judas vendendo seus irmãos.

REALIDADE CRUA

Não dá para negar: há e sempre houve limitadas quantidades de unidades de tratamento intensivo nos estados. Sempre foram insuficientes para garantir um tratamento digno às pessoas. Um exemplo disso: o Hospital João Paulo II, em Porto Velho, capital rondoniense, onde pessoas são jogadas nos corredores há muito tempo. Há poucos médicos disponíveis, mesmo antes dessa crise do coronavírus.

Não se trata de um panorama simples e será dessa adversidade que vão reluzir os autênticos valores do testemunho da fé cristã. E fé é precisamente a certeza daquilo que não se pode ver, uma convicção que vai além da razão. A prevenção e proteção ao covid19 não depende de que cada uma pessoa tente salvar-se a si mesma. Sua precaução serve a todos as pessoas. Numerosos casos de covid19 são frutos da displicência e excesso de confiança de quem não se isolou. Então, essa Semana Santa tem de ser diferente para o bem de toda a sociedade.

AUTOR:  GESSI TABORDA –  JORNALISTA –  EM LINHAS GERAIS

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