Em Linhas Gerais

A campanha está travada. Difícil até para conseguir um vice – por Gessi Taborda

SEM ÂNIMO

Não é segredo para meus leitores mais fiéis. Verdadeiramente sinto-me cada vez menos estimulado a praticar o jornalismo nos dias de hoje, até mesmo essa tradicional coluna que num passado não tão distante chegou a ter edições diárias. Não consigo mais animar-me nesse lodaçal que tragou a boa imprensa, transformada em mero instrumento de manipulação (há, raríssimas exceções) a serviço de grupos políticos e econômicos acostumados a agir em defesa de interesses próprios, inconfessáveis, sem pensar na maioria do povo brasileiro.

ENXOVALHAMENTO

Quando vejo falar em pesquisas do Datafolha, por exemplo, colocando o Lula como “candidato” líder na disputa presidencial a grande mídia mostra-se mais afoita no exercício de enxovalhar a opinião pública e desacreditar ainda mais a legislação em vigor no país. Tudo isso acontecendo com o beneplácito da Justiça.

Ora, que outro objetivo tem quem está por trás desse “Datafolha”? Afinal se vivemos num país onde as leis não são de mentirinha, Lula é simplesmente um presidiário, sem condição legal de disputar o pleito. Então, claro, eles insistem nessa ladainha como uma provocação para enganar o eleitorado e desacreditar o próprio sistema legal. Já parei de ler a Veja e jamais voltarei a comprar um exemplar da Folha de São Paulo.

INDEFINIÇÃO

Nos meus mais de 45 anos de jornalismo profissional nunca vi um período pré-eleitoral tão desmotivado, desmobilizado e indefinido como nesse ano. A maioria dos pretensos candidatos está calada e longe de fechar alianças ou até mesmo definir seus marqueteiros.

Estamos chegando próximo às convenções partidárias em julho sem nada organizado e com quase tudo por definir: chapas, coligações, programa. Os postulantes ao governo ainda não contam sequer com um vice. Continuo achando que Expedito Júnior é “poule de dez” na disputa desse ano, mas reconheço que os candidatos ao governo do estado seguem atrasadíssimos em suas ações eleitorais, assim como os aspirantes a mandatos legislativos. A campanha não deslancha. Está presa, amarrada.

HORA ERRADA

A Câmara Municipal de Porto Velho é irrelevante. Nem por isso seus membros tem o simancol necessário para evitar a exposição eleitoral numa disputa como a de outubro próximo, quando esperam conseguir um cargo legislativo mais importante, na Assembleia ou na Câmara dos Deputados. Mas exatamente pela falta de simancol vão metendo os pés pelas mãos na esperança de que o eleitorado desatento não percebam as ações deletérias e, muitas vezes, de desonra.

E assim, sem qualquer sintonia com o povo que vive um grave momento de suas vidas pela deterioração econômica, decide gastar mais uma pequena fortuna na construção de um muro da Câmara Municipal, num verdadeiro desrespeito ao contribuinte. Com que cara alguém que age com tanta insensibilidade em relação ao erário vai pedir votos? Ah! Com a famosa cara de pau. Certamente não falta dinheiro ao parlamento mirim de Porto Velho para manter um estoque de olho de peroba naquela Casa…

HONRA PERDIDA

No pleito desse ano dezenas de mortos vivos da política estão entrando na fila da disputa com a esperança de que vão ser ressuscitados pelas urnas. Chega a ser paradoxal essa ânsia de quem saiu da vida pública pela decisão do eleitorado. Trata-se daqueles que foram incapazes de se firmar quando exerciam cargos eletivos, preferindo meter “as mãos nas burras” jogando fora a honra para tirar lasquinhas dos cofres públicos. Temos casos diversos no estado de Rondônia. Alguns acabaram sendo apanhados pela Justiça e foram para no xadrez. Outros ainda estão soltos e prontos a dar novo bote.

ZEQUINHA

Conheci o personagem Zequinha (atual vereador) dos tempos em que ele construiu um nome admirável na liderança de movimentos de defesa dos servidores, especialmente os ligados a Emater. Eu mesmo tinha por ele uma admiração. Mas tudo mudou quando esse sujeito preferiu disputar (e vencer) cargos eletivos. E a partir daí preferiu trocar a honra pelo vil metal, se tornando na Câmara municipal o primeiro a usar a cueca como meio de enrustir dinheiro sujo. Ali começou a sofrer o desprezo popular e sua carreira até então irretocável foi rasgada com condenação na Justiça.

NEM NO LIMBO

Dizem que ele vai – como o Lula – tentar mesmo assim disputar o pleito desse ano. Não acredito. Zequinha hoje sofre um grau de rejeição que nem mesmo o número de eleitores que não sabe o que quer e são enganados por um arremedo de assistência social encarnada por ele servirá para mantê-lo mais na vida pública. Esse é mais um personagem que vai pagar caro por não ter acreditado que o povo quer limpeza na política. A última vitória de Zequinha com mais um mandato de vereador foi apenas uma “vitória de Pirro”. Não ficará nem no limbo da política.

COM O PT

Daniel Pereira assumiu o governo de Rondônia com a renúncia do peemedebista Confúcio. O agora governador pertence aos quadros do PSB e deve disputar a sucessão nesse ano. Deve ser por isso que uma fonte bem informada do PT comentou ontem que o partido (de onde Daniel se originou na política) deverá sair junto na chapa da reeleição. Daniel não tem nada a perder com a disputa desse ano. Suas chances são pequenas mas com a adesão do PT poderá quase dobrar suas intenções de voto e, como comentou a fonte, contribuir para eleger um mínimo de 4 deputados estaduais e pelo menos um federal. Ao se confirmar esse tipo de aliança, possivelmente o governador atraia para a sua órbita também o PCdoB.

TÁ DIFÍCIL

Há nomes aparentemente muito fortes anunciando candidatura à Assembleia Legislativa (como o próprio ex-prefeito Carlinhos Camurça). Muitos certamente irão desistir. Problema: a necessidade de o primeiro candidato da coligação precisar ao menos de 35 mil votos. Para quem não pretende se coligar a preocupação é ainda maior, pois poucos conseguirão sozinhos, tal votação. E para deputado federal a situação ainda é muito mais difícil.

MUITO DIFÍCIL

Uma fonte com muito trânsito pelo interior, especialmente junto à comunidade evangélica, opinou que esse ano o deputado federal Nilton Capixaba corre o risco de sofrer uma derrota na tentativa de reeleição para um novo mandato. Uma das causas será sua ligação com o antigo escândalo da Fraude das Ambulâncias, revivida agora com a condenação de um parlamentar colega de Nilton. O deputado rondoniense protegido pela cúpula da Assembleia de Deus ainda não superou o desgaste de seu envolvimento com o esquema dos Vedoins (do MT), e sua forma de fazer política com visitas às igrejas e contato direto com os “irmãos” não terá o sucesso esperado. Especialmente pelo fato de Nilton não usar, como deveria, as redes sociais.

MAL AVALIADO

Apesar de reinar absoluto na presidência da Assembleia, o deputado Maurão de Carvalho não passa, segundo avaliação de analistas políticos, de 15% das intenções de voto no Estado de Rondônia, mesmo na condição de ser apoiado pela forte troika do MDB. Perde para a soma de votos nulos, brancos e provável abstenção. É vítima também do desinteresse geral do eleitorado brasileiro pelas questões políticas. O pior é que Maurão não tem projeto para o Estado e nem discurso. Num debate será triturado pelos adversários mais falantes.

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