Cultura

Afinal, #somostodosoque?

Banana é uma fruta conhecida há muito tempo, ela ajuda a evitar câimbras e traz outros

benefícios, porém ela tem feito sucesso nas redes sociais e não é por conta das suas

qualidades alimentícias.

Em resumo: um torcedor arremessou uma banana para o jogador de futebol Daniel Alves, com

o propósito de chamar o jogador de macaco. Porém, Daniel não ignorou, nem fez escândalo,

simplesmente comeu a banana e deu início a uma série de discussões sobre Direitos Humanos.

O efeito do ato do Daniel Alves foi viral, campanhas como #somostodosmacacos

#nãosomosbananas e #nãosoumacaco têm tido muita repercussão. Campanhas que revelam

diferentes opiniões são extremamente relevantes e nas divergências há espaço para muita

reflexão. Sobretudo, darei ênfase a “somos todos macacos” versus “não sou macaco” e a

tentativa de algumas minorias de obter maior visibilidade e respeito.

Enquanto as pessoas que não se veem como macacas se sentem atacadas pela campanha

que diz o contrário e, além, acreditam que quem a defende está contribuindo com o racismo,

as pessoas que defendem a ideia de que somos todos macacos argumentam que só estão

querendo mostrar que somos todos iguais.

No que tange as minorias, é de suma importância lutar por visibilidade e respeito para com o

grupo onde o indivíduo se sente acolhido. A questão é que se percebe lutas hegemônicas; há

busca de direitos para LGBT’s, mulheres, funcionários públicos, autistas, menores de 18 anos,

maiores de 60, animais, alienígenas, pedras, planetas, cometas, entre outros. Reitero: são lutas

extremamente válidas! Não obstante, são lutas distintas. E é por termos tanta hegemonia na

busca de direitos que nos deparamos com o caos e, infelizmente, não é o caos sobre o qual

Nietzsche se referiu. Esse caos não gera estrela. Ao menos, não ainda.

O que me intriga é: porque a campanha mais repercu(r)tida não foi #SomosTodosHumanos ?

Se ela fosse a nossa máxima evitaria uma série de problemas. É claro que, por exemplo, eu

não darei conta de defender todos os direitos de cada ser humano, mas se eu, tendo 21 anos,

reconheço como importante os direitos para maiores de 60 anos já denota um avanço.

A mim pareceu um pouco utópico desejar que alguém se interesse por algo que

aparentemente não interfira na sua vida, lembrei-me de pessoas que se interessaram, e hoje

algumas delas nos encorajam não com a presença física, mas com o legado. Como Mahatma

Gandhi e Martin Luther King que lutaram por causas que à priori eram ligadas à realidade

deles, ou seja, racismo, entretanto adquiriram proporções mundiais pelo fato de lutarem

não como negros querendo o respeito que merecem, mas como humanos que são dignos de

respeito.

Por fim, lembrei-me de Paulo Freire, outro exemplo de que é possível se importar com o outro,

que no seu livro Pedagogia do oprimido declarou que: Ninguém pode ser autenticamente

humano enquanto impede outros de serem também.

Por:Marcela Abiorana

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Gomes Oliveira

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