Cultura

‘A Vida Invisível’ vai representar o Brasil no Oscar

A indicação não garante que o filme chegue à próxima cerimônia do Oscar, marcada para 9 de fevereiro do ano que vem

“A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, vai representar o Brasil na corrida pelo Oscar de melhor filme internacional. O título, anunciado hoje (27), desbancou outros 11 longas na disputa, entre eles “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho.

Como nos dois anos passados, o filme foi escolhido por uma comissão especial indicada pela Academia Brasileira de Cinema. Presidida por Anna Muylaert, diretora de “Que Horas Ela Volta?”, ela contou ainda com oito nomes fortes do setor, como Amir Labaki, idealizador do festival de documentários É Tudo Verdade; Ilda Santiago, diretora de programação do Festival do Rio; e Walter Carvalho, um dos diretores de fotografia mais renomados do país.

Caso seja acatado pela Academia de Artes e Ciências de Hollywood, organização por trás do Oscar, ele pode enfrentar longas como o palestino “It Must Be Heaven”, de Elia Suleiman, que recebeu menção honrosa na competição pela Palma de Ouro em Cannes, e o alemão “System Crasher”, de Nora Fingscheidt, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim deste ano.

A última vez em que o Brasil concorreu na categoria, até o ano passado chamada de melhor filme em língua estrangeira, foi em 1999, com “Central do Brasil”. O longa de Walter Salles estrelado por Fernanda Montenegro perdeu para o italiano “A Vida é Bela”, de Roberto Benigni.

Apesar dessa ausência de duas décadas -ou por causa dela-, o histórico de escolha do título é pontuado por polêmicas. Em 2010, quando o filme era decidido por um comitê indicado pela Secretaria Audiovisual, do Ministério da Cultura, a seleção da biografia chapa-branca “Lula, o Filho do Brasil” foi criticada por outros cineastas.

Há três anos, “Aquarius”, de Kléber Mendonça Filho, foi preterido por um longa que sequer tinha estreado no circuito brasileiro, “Pequeno Segredo”, de David Schurmann -que integra a comissão especial de seleção este ano.

Então, o setor apontou revanche política, uma vez que, naquela edição de Cannes, Mendonça Filho, a equipe e o elenco do filme levaram ao tapete vermelho cartazes contra o impeachment de Dilma Rousseff.

No ano passado, quando já estava em vigência a parceria com a Academia Brasileira de Cinema, a comissão especial selecionou “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues, para o páreo. O filme, que tinha tido recepção crítica morna em relação a outros títulos inscritos, como “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, não foi pescado por Hollywood.

Vale ressaltar que a indicação pela comissão especial não garante que o filme chegue à próxima cerimônia do Oscar, marcada para 9 de fevereiro do ano que vem. Afinal, depois de cada país apontar seu representante de escolha, um comitê de 300 pessoas em Los Angeles assiste a cada um dos títulos e escolhe seis deles para a categoria.

As três vagas remanescentes são definidas por um grupo paralelo, formado por membros antigos da Academia que, ao contrário dos colegas na ativa, são menos assediados pelos agentes das produções. E assim são decididos os nove títulos que competirão na categoria, anunciados em 13 de janeiro do ano que vem.

 

FONTE: FOLHAPRESS

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Gomes Oliveira

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