Com destino incerto, Sandra Silva, de 25 anos, e Josiano Cavalcante, de 23, tiveram que voltar a morar no Cemitério Santa Cruz em Guajará-Mirim (RO), município distante cerca de 330 quilômetros de Porto Velho. Eles alegam não estar recebendo ajuda da assistência social e querem voltar para o estado do Mato Grosso. O casal foi despejado pelo dono do imóvel que a prefeitura alugou, mas não efetuou o pagamento na data combinada.
Como as poucas coisas que possuem ainda estão na casa, Sandra e Josiano ficam sentados em túmulos. “Queria ajuda nas passagens para voltar para a minha terra. Já cansei de passar tanta humilhação aqui”, diz a mulher que está grávida. O casal morou cerca de um mês em um jazigo no cemitério, próximo ao túmulo da filha, até serem levados para uma casa alugada pela Secretaria Municipal de Assistência Social.
A prefeitura tentou pagar o aluguel no dia 15 de agosto, mas o dono da casa, que não quis se identificar, não aceitou receber e pediu que o casal fosse retirado do imóvel. Ele alega que o valor combinado, de R$ 80, pela residência de dois cômodos, sem banheiro, no Bairro Tamandaré, já estava atrasado e o casal arrumou confusão com a vizinhança. “Não recebi e também não quero mais receber. Quero eles longe daqui. Eles arrumam encrenca com todos, e os inquilinos saíram por causa deles”, reclama.
A assistente social afirma que não encontra o casal em casa para levar Sandra para realizar exames, nem Josiano para refazer seus documentos. A mãe de Sandra foi localizada pela secretaria e quer receber a filha de volta, mas sem o marido Josiano.
Em relação aos problemas, Sandra e Josiano dizem que é perseguição. Sem conseguir emprego, a noite o casal sai para catar latas de alumínio pelas ruas. “Só encontramos paz no cemitério”, revela.
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