Cidades

Barranco cede em Porto Velho e oito famílias têm casas interditadas

Moradores resistem em sair das casas alegando não ter para onde ir.
Triângulo é um dos bairros mais tradicionais de Porto Velho.

Oito casas, quase todas funcionando como pontos comerciais, foram interditadas pela Defesa Civil de Porto Velho, na tarde desta quarta-feira (11), no Triângulo – depois que um barranco do Bairro Triângulo cedeu e um imóvel de dois pisos teve parte da estrutura comprometida.

Defesa Civil Municipal interditou oito residências que estão em área de risco (Foto: Toni Francis/G1)

As residências, a maioria em estado precário de conservação, estão localizadas à beira de um canal que, segundo os moradores, foi aberto pela prefeitura para minimizar a vazão do rio Madeira.

“Não estávamos em área de risco, foi a abertura desse canal que gerou toda essa crise”, reclamou o comerciante Erivaldo Alves, que há 20 anos reside na região, a poucos metros do Rio Madeira.

O coordenador da Defesa Civil Municipal, Marcelo Santos, disse que as casas já eram consideradas inadequadas para moradia e que todas as famílias atingidas foram cadastradas pela prefeitura. Alguns moradores, de acordo com Marcelo, já receberam indenização e outros foram contemplados com novas unidades habitacionais.

“Essas pessoas, a maioria, estão em ocupação ilegal. São famílias que estão cadastradas para ganhar casas novas”, explicou.

Comerciante Erivaldo Alves nega ter sido idenizado pela prefeitura ou recebido outra casa para sair da área de risco (Foto: Toni Francis/G1)

O comerciante Erivaldo Alves, o autônomo Manoel Genoilson e o chapa Uanderson Gino, que representam três das famílias que tiveram as casas interditadas nesta quarta pela Defesa Civil, confirmaram que foram cadastrados pela prefeitura, mas alegam que, desde o cadastramento, ainda no mandado do então prefeito Roberto Sobrinho, nunca mais foram contatados pelo município.

“O cadastro foi feito e mais nada”, lamentou Manoel. “Estamos esquecidos, só lembraram da gente porque o barranco que a própria prefeitura fez está engolindo nossas casas”, disse em tom de revolta o Erivaldo Alves.

O chapa Uanderson Gino é um dos moradores que deverão procurar nova moradia (Foto: Toni Francis/G1)

Apesar das reclamações dos moradores, o coordenador da Defesa Civil insistiu para o risco de desmoronamento das casas e interditou a região e colocou fitas amarelas e placas de alerta.

Segundo ele, o canal feito para amenizar os efeitos das enchentes não está surtindo o efeito esperado e, por conta disso, o risco de novos desbarrancamentos é iminente.

Os moradores acreditam que se o canal for refeito, de modo a operar satisfatoriamente, esse risco de desabamento diminua, mas a Defesa Civil descarta essa hipótese.

“A água está infiltrando no solo, fazendo com que toda a área fique instável”, alerta Marcelo Santos. Como saída para o problema, sem que as famílias tenham que abandonar suas casas, alguns moradores sugeriram a construção de uma barreira de contenção feita de concreto e pedras. “Pode ser uma saída”, sugeriu.

Enquanto o impasse não é resolvido, os moradores permanecem nas casas, mesmo sob interdição Municipal. “Por enquanto, não temos como obrigar a saída, nós orientamos e falamos do risco da permanência, mas, se não houver outra opção, teremos que retirá-los por uso da força, pelo bem deles”, salientou Marcelo Santos.

Segundo a prefeitura, neste ano, mais de 10 mil casas serão entregues às comunidades carentes e as que vivem em situação de risco, como as do bairro Triângulo.

Segundo a Defesa Civil, mais de 200 residências estão em áreas de risco no Triângulo (Foto: Toni Francis/G1)
Fonte: G1

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