Brasil Produtivo

Sistema ILPF começa a ser implantado em pequenas propriedades

O primeiro sistema de Integração Lavoura-pecuária-floresta (ILPF) concebido especialmente para agricultura familiar no Pará foi apresentado ao público nesta quinta-feira (16), em Santarém, no dia de campo promovido pela Embrapa Amazônia Oriental, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em área de produtor parceiro da instituição.

O projeto piloto, implantado este ano, inclui componentes de lavoura, pastagem, pecuária e floresta dispostos na mesma área, em cultivo consorciado. “São todas opções tecnológicas disponíveis para adoção imediata, reforçando a ideia de que, na Amazônia, é possível fazer agricultura familiar com tecnologia, de forma competitiva. O desafio é possibilitar o acesso do agricultor familiar à tecnologia”, afirma o pesquisador Eduardo Maklouf, responsável pelo experimento.

Entre as tecnologias empregadas nesse sistema integrado ILPF proposto para agricultura familiar, estão quatro que fazem parte das opções tecnológicas do Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, do governo federal. Além do ILPF, há também recuperação de áreas degradadas, Sistema Plantio Direto e florestas plantadas, todas com possibilidade de financiamento aos produtores

Área degradada

O ILPF aumenta a produtividade das culturas e permite a recuperação de áreas degradadas, como era o caso de parte da propriedade do agricultor Nelson Ferreira do Nascimento, da comunidade Boa Esperança, nos arredores de Santarém, onde a Embrapa instalou o experimento pioneiro em área considerada totalmente improdutiva.

Segundo o agricultor, a família já estava enfrentando dificuldade com a produção, especialmente a do milho, a ponto de ele e seus filhos quase desistirem de continuar na lida com a terra. “A nossa parceria com a Embrapa surgiu bem nesse momento, de desesperança, mas decidimos apostar na tecnologia e está sendo muito produtivo, até árvores resolvemos plantar pensando no futuro. Onde não dava mais nada agora temos abundância”, avalia o produtor.

O sistema ILPF desenvolve cadeias produtivas para produção de alimentos como carne e grãos e madeira para energia, construção civil e movelaria, em áreas antropizadas (já alteradas pelo homem) consolidadas. Nos três primeiros anos deste modelo desenhado em conjunto com a família do agricultor, planta-se milho entre as faixas de árvores (mogno africano, cumaru e andiroba), seguido de capim para pasto (Brachiaria ruzizienses).

A mandioca também faz parte do sistema, implantada nos dois primeiros anos nas entrelinhas das espécies arbóreas. Os animais entram a partir do segundo ano para serem manejados em pastejo rotacionado intensivo. O experimento contém ainda feijão-caupi, arroz e tomate.

Grãos em Belterra na sexta-feira (17)

Outro evento da Embrapa envolvendo sistema Integração Lavoura-pecuária-floresta no Oeste do Pará ocorre nesta sexta-feira (17), desta vez em Belterra, no campo experimental da instituição. Nesse dia de campo vão ser apresentados os avanços das pesquisas para melhoria de qualidade do solo e produção de grãos (milho, soja e arroz) nas condições do Oeste paraense, cultivados em ILPF e Sistema Plantio Direto.

Os estudos com grãos permitem identificar o potencial de materiais genéticos adaptados às condições locais e em diferentes arranjos, capazes inclusive de possibilitar duas culturas no mesmo ano agrícola em sistema de safra e safrinha. Os pesquisadores buscam também definir espaçamento e densidade de semeadura, controle de plantas invasoras, de insetos e doenças, bem como definição de doses econômicas de adubação.

“A intensificação no uso da terra sem práticas sustentáveis propicia o desequilíbrio e a degradação do solo. Nestas condições, o solo requer sistemas que o conservem e mitiguem impactos, como o Sistema Plantio Direto, possibilitando a formação de palhada”, destaca o pesquisador Carlos Veloso, coordenador técnico do evento em Belterra.

O dia de campo é aberto ao público interessado, a exemplo de produtores rurais, engenheiros agrônomos e florestais, técnicos, extensionistas, professores e estudantes, além de agentes financeiros.

 

 

 

Fonte: rondoniagora

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