Brasil Produtivo

Otimismo com colheita de milho na atual safra

Com a colheita de soja se acelerando em Mato Grosso, principal Estado produtor da oleaginosa no país, o milho da segunda safra (a safrinha) do ciclo 2016/17 começa a ser semeado na região

Em ritmo mais rápido que em anos anteriores, o plantio do cereal deverá ser completado dentro da janela considerada ideal – entre janeiro e fevereiro -, resultando em alta produtividade, segundo produtores e analistas. Se o clima continuar ajudando, a safra total de milho 2016/17 (soma da primeira e da segunda safra) pode superar as estimativas da Conab e atingir volume recorde, ultrapassando as 86,7 milhões de toneladas da safra 2014/15.

“Nosso cenário base é de uma safra entre 90 milhões e 100 milhões de toneladas. Volume bem acima das estimativas da Conab e do USDA”, diz o analista do Bradesco BBI, Gabriel de Lima. A projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta para uma produção brasileira de 86,5 milhões de toneladas, enquanto a Conab estima colheita de 84,5 milhões de toneladas no atual ciclo, alta de quase 27%. Na estimativa da Conab, a produção somará 28,403 milhões de toneladas na primeira safra e 56,07 milhões na safrinha.

Até o momento, a percepção é favorável em relação ao desenvolvimento da safrinha nas lavouras da SLC Agrícola, uma das principais companhias de grãos e fibras do país. Segundo Aurélio Pavinato, presidente da SLC, a produtividade média deve chegar a 115 sacas por hectare nas fazendas da empresa, em Maranhão e Mato Grosso. A estimativa é 12,4% maior que a média projetada pela Conab para esses dois Estados. “Vamos plantar praticamente todo o milho na janela ideal”, afirma Pavinato.

As chuvas das últimas semanas, porém, têm gerado alguma preocupação em regiões de Mato Grosso, como Lucas do Rio Verde e Campo Novo do Parecis, pois podem interromper a colheita da soja e afetar o plantio do milho safrinha. “A safrinha vai ser melhor que o último ciclo. Mas a dúvida é quanto o excesso de chuva vai atrapalhar ou atrasar a instalação de safrinha”, avalia o meteorologista da Somar Celso Oliveira. Segundo ele, a produtividade pode ser afetada se o plantio da segunda safra do milho for atrasado a ponto de deixar parte do desenvolvimento da lavoura para períodos mais secos do ano.

Otimista, o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Endrigo Dalcin, aposta em produtividade acima das 110 sacas por hectare para o milho plantado este mês no Estado. A perspectiva, diz ele, é de que cerca de 40% do milho do Estado seja semeado ainda em janeiro. Segundo dados divulgados na sexta pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o plantio no Estado chegou a 4,6% dos 4,4 milhões de hectares previstos.

Considerando toda a região Centro-Sul do país, o plantio da safrinha estava, na sexta-feira, em 2,8% dos 10,1 milhões de hectares estimados, de acordo com a consultoria AgRural.

Se, por um lado, a perspectiva de produção maior anima o agricultor, a tendência de baixa no preço do grão gera apreensão. “Para o preço, a expectativa é inversa da produção. Acredito ver o preço novamente entre os R$ 16 e R$ 17. Perto do preço mínimo de R$ 16,50 e, em algumas regiões, até abaixo do mínimo”, diz o presidente da Aprosoja/MT.

E a queda dos preços pode desestimular vendas. Hoje, a comercialização antecipada está aquém da vista em janeiro de 2016. Segundo dados do Imea, até o dia 17 deste mês, 33,4% da produção de milho estimada para a segunda safra 2016/17 em Mato Grosso havia sido comercializada, enquanto no mesmo período do ciclo anterior, a comercialização estava em 76,2%.

Fonte: Poral do Agronegócio

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