Brasil Produtivo

Governo estuda incentivar concorrência na carne, diz Maggi

Ministro da Agricultura afirmou que sempre foi crítico da expansão da JBS com apoio do governo

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, defendeu, nesta quinta-feira (25/4), o incentivo a atuação de outras empresas na indústria de carnes no Brasil. Segundo ele, a situação do setor ficou delicada depois das delações dos donos da JBS, Wesley e Joesley Batista, e de executivos da empresa.

“Não sei o que vai acontecer com essa companhia. Vamos supor que aconteça o pior. Como fica o fica o setor produtivo? Então, nós estamos fazendo um levantamento, ver onde estão as plantas fechadas e tentar estimular alguns outros grupos para que possam também aos poucos entrar no mercado”, disse.

Em Cuiabá, onde participa do seminário A Força do Campo, promovido pelo Banco Santander, Maggi disse que sem foi um crítico da forma como a JBS cresceu e dos incentivos dados pelo governo à empresa. Questionado sobre como o governo pode atuar para reduzir a concentração no mercado, o ministro da Agricultura deu a entender que o método não seria muito diferente do que a favoreceu: financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e bancos oficiais.

“Vamos tentar convencer Cade, BNDES e bancos oficiais de que novos players, novos concorrentes precisam vir para o mercado. Claro que devemos ter empresas grandes e fortes, mas precisamos de uma predominância de pequenos também nesse mercado. Estamos pagando um preço gigante por um erro do passado”, disse o ministro.

Recém-chegado de uma viagem ao Oriente Médio, o ministro da Agricultura afirmou que representantes dos países da região avaliam a atual situação como preocupante. Segundo Blairo Maggi, problemas ainda maiores para a indústria de carne brasileira poderia ter reflexo na segurança alimentar na região. “Temos que ver isso”, disse.

Protestos

Blairo Maggi classificou como necessária a reação do governo – incluindo o uso das forças armadas – aos protestos realizados na quarta-feira (24/5), em Brasília. Durante as manifestações, houve um incêndio no prédio do Ministério.

Para ele, os atos foram lamentáveis e a situação saiu do controle. “Pessoas estavam fazendo a manifestação no canteiro central sem problema, mas outras, nas laterais do prédio, começaram a colocar fogo. Foi uma pena, acho até que tardou a chegar o reforço policial”, disse o ministro.

Maggi avaliou a situação política do Brasil como complicada. Mas ressaltou que seu partido continuará a apoiar o governo até uma definição e que não espera que o presidente Michel Temer saia do cargo.

“Temos que esperar uma definição. O governo precisa se reorganizar no Congresso. Base popular, já não tinha. Essa base no congresso está bem abalada também e a chance do governo permanecer é recompor isso”, disse.

A necessidade de reorganização da base colocou em compasso de espera a discussão sobre temas importantes para o setor do agronegócio, como a liberação de compra de terras para estrangeiros e o Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural (Funrural).

“Temos muitos projetos e reformas para discutir, mas, infelizmente, no momento em que nos encontramos, não dá para resolver isso”, lamentou o ministro.

Plano Safra 2017/2018

Já em relação do Plano Safra para a temporada 2017/2018, Maggi disse que valores e taxas de juros estão praticamente definidos. E informou que as medidas de incentivo serão anunciadas até a próxima semana.

“Conseguimos baixar um pouco (os juros), não tudo aquilo que nós imaginávamos, mas dentro das circunstâncias estamos bem. Vai ser em torno de um ponto percentual a menos que o ano passado”, disse Maggi, admitindo que, em algumas linhas de financiamento, as taxas devem subir.

Em seu pronunciamento na abertura do evento, Maggi acrescentou que os valores disponibilizados em algumas linhas de crédito serão mantidos, mas prazos de quitação de financiamento serão reduzidos.

“Foi uma discussão difícil. O teto de gastos do governo não nos dá muito espaço para trabalhar, mas o agro não pode ficar sem apoio do governo. Fizemos o possível”, disse ele.

Fonte: Revista Globo Rural

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