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Tarifas bancárias subiram até 12 vezes mais do que inflação

Um estudo do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) constatou que as instituições bancárias tradicionais continuam aumentando os valores cobrados por serviços prestados até 12 vezes acima da inflação, com reajustes abusivos de pacotes e tarifas avulsas. A pesquisa comparou os preços dos cinco maiores bancos do país — Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander — entre abril de 2017 a março de 2019.

Ao analisar 70 pacotes de serviços ofertados pelos bancos, o levantamento mostrou que o reajuste médio praticado foi de 14%, quase o dobro da inflação no período (7,45%). O banco Bradesco teve variação de até 50% em um de seus pacotes, maior reajuste foi aplicado.

Em relação às tarifas avulsas, entre os 20 principais serviços mais utilizados pelos consumidores, também foram encontrados aumentos acima do esperado: todos os bancos tiveram mais da metade de seus serviços reajustados acima do índice. Foram encontrados 50 serviços com reajustes entre 10% e 89%, este último 12 vezes mais do que a inflação do período. A única exceção foi o Itaú, que reajustou sete tarifas, ou seja, 35% do total acima da inflação.

De acordo com o coordenador do MBA em Finanças do IBMEC/RJ, Filipe Pires, os maiores bancos detinham, até 2017, 75% das transações de clientes bancarizados. Atualmente, esse número é inferior a 65%, porque está acontecendo uma migração, embora ainda lenta, para bancos menores, como digitais e fintechs.

— Com a perda de clientes, ao invés de baixar taxas, os bancos aumentam para compensar essa redução de contas. O grande problema é que o brasileiro é acomodado. Prefere pagar mais para manter status de uma conta Prime, por exemplo, e benefícios que nem usa a mudar para instituições que não têm nem gerente para bater papo — afirmou.

Ainda segundo ele, com a recessão econômica, os critérios para classificar clientes especiais — Prime, Exclusive, Personalité — foram reduzidos e pessoas com uma renda não tão alta puderam ter acesso ao atendimento diferenciado para que o banco pudesse manter a cobrança da tarifa mais cara. Até mesmo clientes que tinham rendimentos elevados, mas que perderam seus empregos, por exemplo, foram mantidas na categoria. Nesse casos, é preciso renegociar.

Pires explica que embora o Banco Central (BC) determine que todo banco ofereça uma cesta gratuita de produtos básicos, o serviço não é apresentado no momento da abertura de conta. O gerente oferece, desde o primeiro momento, um pacote com adicionais e preço mais alto, e muitos clientes não têm conhecimento do direito.

— É preciso fazer a conta. Se eu pago R$ 75 pela manutenção de uma conta que me oferece oito TEDs mas, na verdade, só preciso de quatro. Estou pagando caro à toa! Cada operação dessa custa R$ 8, o que resultaria em R$ 32. É um gasto desnecessário — calculou o coordenador.

O Idec recomenda a busca pelo histórico de reclamações de cada banco, a comparação entre os serviços tarifados e atenção aos anúncios destacados como “sem taxas”, “não praticamos cobrança de tarifas exageradas” ou “você não paga pela abertura e manutenção de sua conta”.

FONTE: EXTRA

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