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Após tumulto, manifestantes são impedidos de entrar no Congresso

Depois da guerra instalada na sessão de ontem, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), vai tentar retomar os trabalhos na manhã desta quarta-feira. Ontem ele anunciou a intenção de realizar nova sessão do Congresso hoje para votar mudanças na meta fiscal. O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) abriu os trabalhos pouco depois das 10h e anunciou que aguardará 30 minutos para ver se haverá quorum para continuar os trabalhos encerrados ontem à noite, devido a protestos de um grupo de manifestantes.

A oposição, assim que Chinaglia declarou a sesssão reaberta, deu início a requerimentos de obstrução para encerrar os trabalhos. Dentro do prédio, o clima é de tranquilidade. As galerias – área destinada ao público – estão fechadas para evitar manifestações. Os líderes aliados, contudo, admitem que a proposta que muda a meta fiscal de 2014 não deve ser votada hoje.

Antes mesmo do início, um grupo de cerca de 30 manifestantes protestavam em frente à entrada principal, a chamada chapelaria. Os manifestantes reclamam que estão sendo impedidos de entrar no prédio e bateram boca com o deputado petista e vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP).

O incidente com Chinaglia ocorreu no momento em que o deputado chegava ao Congresso. Naquele instante, o grupo gritava palavras de ordem como “Abaixo a ditadura”. Chinaglia dirigiu-se aos manifestantes com a seguinte indagação:

– Quanto vocês estão recebendo para estar aqui?

Em seguida, houve bate-boca e Chinaglia desistiu de entrar no prédio pela chapelaria. Ele voltou ao carro e saiu em direção a outra porta de acesso ao Congresso.

Por volta das 10h, parlamentares de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff conversavam com os manifestantes. Entre eles, os líderes do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA); o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE); e o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).Os deputados perguntaram aos seguranças do Congresso o motivo para barrar os manifestantes. A resposta dada por um segurança foi de que se tratava de determinação do presidente do Senado e do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

O governo fracassou na sua quarta tentativa de votar, ontem à noite, a proposta que permite ao governo descumprir a meta fiscal de 2014, depois que o clima ficou quente na sessão do Congresso, com briga e xingamentos entre manifestantes, parlamentares e seguranças da Casa. A sessão do Congresso foi marcada por brigas, pontapés, socos, empurra-empurra e xingamentos envolvendo parlamentares, manifestantes e seguranças. O cancelamento da sessão acabou sendo uma vitória da oposição. Como ainda faltam votar os vetos presidenciais, há o risco de a votação da mudança da meta só ocorrer dia 09.

O problema será haver clima para a retomada da sessão, além das dificuldades de quorum numa quarta-feira pela manhã. A pauta está trancada por dois vetos presidenciais. Depois da votação, se ela for realizada, a sessão terá que ser suspensa para contagem dos votos e verificar se o quorum mínimo foi alcançado, de 257 deputados e 41 senadores votantes. Somente depois é que se poderia começar a discussão da proposta que desobriga o governo a cumprir a meta de superávit de 2024.

ÂNIMOS NAS GALERIAS FICAM EXALTADOS

O Plenário da Câmara, onde ocorrem as sessões do Congresso, se transformou num verdadeiro ringue de briga ontem. Enquanto nas galerias havia enfrentamento entre seguranças, manifestantes e parlamentares da oposição, alguns deputados e senadores trocavam xingamentos dentro do Plenário mesmo, a poucos metros do senador Renan Calheiros, que parecia atônito com o tumulto.

A confusão começou quando Renan mandou esvaziar as galerias, por volta das 19h45. Neste momento, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o próprio Renan e o PT.

– Ditador (para Renan)! O PT roubou! Vai para Cuba! – gritavam os manifestantes, que eram menos de 200 nas galerias.

O problema é que algumas parlamentares, como a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e a senadora Vanezza Grazziotim (PCdoB-AM), estavam discursando e entenderam que estavam sendo xingadas de “vagabundas”. A deputada Jandira Feghali exigiu providências.

– Eu não ouvi, mas a deputada disse que estavam nos chamando de vagabundas. E a deputada Manoela D´Ávila (PCdoB-RS) contou que havia uma manifestante nos chamando de safadas – disse Vanessa.

– Chamar de vagabunda. Isso é inadmissível! Minha proposta é que se esvazie as galerias. Que se respeitem os parlamentares desta Casa! ) dizia Jandira Feghali.

Os seguranças foram às galerias para retirar os manifestantes, a maioria ligados ao PSDB. Segundo relatos, os seguranças usaram inclusive uma arma que dá choque nos manifestantes. Os líderes dos partidos de oposição, então, subiram para proteger os manifestantes e começou a briga. Os mais exaltados eram os deputados Ronaldo Caiado (GO), líder da Minoria no Congresso; Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Fernando Francischini (SDD-PR) e o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). Já os líderes do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), e do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), tentavam acalmar, sem sucesso, os envolvidos.

No enfrentamento com seguranças, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PP-SP) gritava:

– Me solte que eu sou deputado!

Os parlamentares e os manifestantes ainda disseram palavrões. Uma idosa de 79 anos, Ruth Gomes de Sá, foi empurrada e contida pelos seguranças.

– Eles me deram uma gravata! – disse a aposentada, que disse ser ligada ao PSDB.

Em um dos momentos mais tensos da sessão, os deputados Felipe Maia (DEM-RN) e Assis Melo (PCdoB-RS) trocaram acusações e empurrões. Assis teve que ser contido por colegas do partido e Felipe Maia pelos correligionários democratas, inclusive seu pai, o senador Agripino Maia (DEM-RN).

Felipe Maia criticava a senadora Vanessa por reagir às palavras de ordem gritadas pelos populares nas galerias.

– O deputado me disse: Vai para Cuba! – contou Vanessa
Fonte: O GLOBO

 

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