Agronegócio

Safras eleva previsão de colheita de soja 2020/21; aponta vendas em quase 50%

A produção de soja 2020/2021 do Brasil deve alcançar 132,17 milhões de toneladas, apontou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado, que elevou ligeiramente sua projeção ante o número divulgado em julho, de 131,7 milhões de toneladas.

Caso a projeção para a safra que será plantada a partir deste mês se confirme, o país colherá 5,5% a mais ante o recorde da temporada anterior.

A estimativa de uma nova safra histórica se baseia em um crescimento no plantio de 1,8%, para 37,94 milhões de hectares (ante 37,8 milhões na projeção anterior) e em vendas antecipadas que já atingem quase 50% na média Brasil, maior produtor e exportador da oleaginosa.

“Para 2020/21, a estimativa subiu um pouco por um ajuste fino na expectativa de área nos Estados do Mato Grosso e de Roraima”, disse o analista Luiz Fernando Roque, em nota.

Os negócios antecipados para 2020/21 avançaram de 43,3% no início de agosto para 49,3%, disse a consultoria em nota.

Com a próxima safra projetada em 132,17 milhões de toneladas, o total já comprometido por parte dos produtores chega a cerca de 65 milhões de toneladas, antes mesmo do início do plantio.

O volume vendido antecipadamente, a título de comparação, é superior à safra da Argentina (terceiro produtor global) na última temporada, com agricultores aproveitando o dólar forte frente ao real, que ajuda na remuneração e deixa o produto nacional mais barato para importadores.

“Os produtores ainda estão aproveitando os bons preços para a safra nova. Apesar disso, devido ao grande volume já comprometido, daqui para frente o ritmo tende a diminuir nos Estados com mais de 50% de vendas, com os produtores focando no plantio e de olho no clima”, destacou Roque.

OFERTA E DEMANDA

Com a maior parte dos embarques de soja já realizados nos últimos meses, Roque acrescentou, em transmissão ao vivo promovida pela consultoria nesta sexta-feira, que o Brasil poderá exportar mais 3 milhões de toneladas da oleaginosa até o fim do ano.

“A gente não tem mais soja para vender pra China…não tem mais do que isso. E daqui pra frente o que vai impedir que o preço caia até a entrada da colheita é a falta de oferta”, afirmou.

Ele antecipou que a consultoria fará um reajuste em sua projeção para as exportações do grão em 2020, dos atuais 81 milhões de toneladas para um número pouco superior a 82 milhões.

Quanto à demanda interna, segue a perspectiva de importação de 1 milhão de toneladas neste ano para atender o consumo da indústria processadora.

“Devemos importar 1 milhão de toneladas e também tem a questão do ‘wash out’ (recompra de contratos por tradings) para complementar a oferta da indústria, que são negócios pontuais, mas ainda podem aumentar”, ressaltou Roque.

Em meados de julho, quando grande parte da safra nacional de soja já havia sido embarcada, o analista sinalizou a ascensão deste movimento de wash out entre as tradings, visto que a demanda interna por farelo e óleo de soja está aquecida.

Há também uma proposta do Ministério da Agricultura de isentar temporariamente de tarifas as importações de soja, milho e arroz– a oleaginosa e tem taxa de 8% para países de fora do Mercosul– incluindo-as na chamada Lista de Exceção à Tarifa Externa Comum (Letec).

“Se sair a (isenção da) TEC para a soja de fora do Mercosul, pode fechar a conta trazer dos EUA ou (caso contrário), dependendo do volume de negócios, podem trazer da Argentina, mas realmente o quadro é bem complicado para a indústria”, avaliou Roque.

FONTE:  REUTERS

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