A produção de soja do Brasil deve avançar 32,9% nos próximos dez anos, atingindo os 151,9 milhões de toneladas na temporada 2028/29, com a continuidade da expansão produtiva em direção ao Norte, informou o Ministério da Agricultura em estudo de longo prazo divulgado nesta sexta-feira.

De acordo com a pesquisa, na próxima década a área plantada com a oleaginosa no país deve saltar 9,5 milhões de hectares, ou 26,6%, e alcançar os 45,3 milhões de hectares em 2029, sendo a lavoura com o maior crescimento previsto para o período – ainda que menor que o dos últimos 10 anos, quando expandiu 67%.

“A soja deve expandir-se por meio de uma combinação de expansão de fronteira em regiões onde ainda há terras disponíveis, ocupação de terras de pastagens e pela substituição de lavouras onde não há terras disponíveis para serem incorporadas”, disse a pasta.

O ministério prevê que a soja deva avançar pelo Centro-Nordeste do país, ocupando ainda mais a área conhecida como Matopiba, que compreende os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, com uma expansão de 14,9% na região.

“Apesar de suas deficiências de infraestrutura, os preços de terras são atrativos, o clima corresponde ao do Cerrado e o relevo é favorável”, disse o órgão sobre o local.

Outros Estados nortistas, como Rondônia e Pará, também devem ver um aumento na produção de soja, enquanto o Mato Grosso, maior produtor da oleaginosa, tende a perder força na expansão, devido aos seus altos preços de terras.

O estudo também apresenta projeções de prazo mais curto, com uma estimativa de produção de 120,6 milhões de toneladas de soja em 2019/20, que começa a ser plantada em setembro, além de exportações esperadas de 73 milhões de toneladas para o período.

Milho
Para o milho, o ministério vê um avanço de apenas 0,7% na área de cultivo ao longo dos próximos dez anos, para 18,5 milhões de hectares, após um crescimento de 33,2% na última década, que teve destaque com avanço de 134% da segunda safra.

“Não haverá necessidade de novas áreas para expansão dessa atividade, pois as áreas de soja liberam a maior parte das áreas requeridas pelo milho”, apontou o estudo.

Mesmo assim, a produção deverá saltar 20,2% no período, com uma projeção de 114,5 milhões de toneladas para 2028/29.

O consumo interno do produto deve permanecer em torno dos atuais 65,6% da produção, enquanto as exportações tendem a avançar em cerca de 10 milhões de toneladas no período, para 41,4 milhões de toneladas em 2028/29.

O ministério prevê ainda uma produtividade em avanço, especialmente para a “safrinha”.

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FONTE: Reuters